O Governo deve "munir-se dos instrumentos necessários para que os efeitos da greve não sejam perniciosos para a generalidade dos trabalhadores portugueses", advertiu Carlos Silva, no final de uma reunião do Secretariado Nacional da UGT realizada em Évora.

O dirigente sindical realçou que o executivo também deve "pressionar" a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) "para ir ao encontro de algumas garantias que foram dadas ao próprio ministro da Infraestruturas", que "deu o corpo ao manifesto na altura".

A intervenção do ministro "assentou aquele clima de paz e pensávamos que poderia perdurar", mas "alguém não cumpriu e é importante que o Governo, já que se meteu da primeira vez, que, agora, pergunte quem é que não cumpre" o acordo, assinalou.

Carlos Silva disse compreender as reivindicações dos sindicatos dos motoristas, mas considerou que, "quando a luta se torna uma constante, quem é prejudicado são os portugueses e os trabalhadores".

"Nós temos espírito de diálogo social e de compromisso. Os outros sindicatos não sei. É importante que o Governo e o país também olhem para aqueles que preferem a luta mais rapidamente do que a paz social e a estabilidade", disse.

Os sindicatos representativos dos camionistas não chegaram a acordo com a ANTRAM e entregaram um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto, após uma reunião de quase cinco horas, na segunda-feira, sob a mediação do Ministério do Trabalho.

Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) acusam a ANTRAM de já ter aceitado este acordo e de estar a voltar atrás na decisão, o que a associação desmente.

Na reunião de hoje, em Évora, do Secretariado Nacional da UGT, segundo Carlos Silva, foi aprovada uma resolução que "não diz que está tudo bem" em Portugal e que mostra que "há setores de atividade que vão continuar a luta", independentemente de qual for o próximo Governo.

O mesmo dirigente indicou que a central sindical vai apresentar, em setembro, "uma proposta de salário mínimo nacional", que disse ainda não saber qual será, mas "será algo dentro da moderação e da ponderação que é habitual na UGT".

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