António Campos

O histórico socialista António Campos afirmou hoje que a morte do fundador do PS Edmundo Pedro representa a perda de "um dos maiores militantes pela liberdade", com uma vida feita "de sacrifício total às causas".

Edmundo Pedro, militante antifascista, fundador e dirigente histórico do PS, morreu hoje, em Lisboa, aos 99 anos, disse à agência Lusa fonte do Partido Socialista.

"Perde-se uma das figuras mais importantes da resistência ao fascismo e perde-se um grande democrata e um grande socialista", sublinhou António Campos, um dos fundadores do PS, enaltecendo a coragem e determinação do histórico socialista.

Edmundo Pedro, frisou, esteve "desde muito jovem a combater por ideais e por causas. Merece a admiração daqueles que lutaram pela liberdade em Portugal. É um símbolo dessa batalha".

António Campos realçou que o histórico militante antifascista passou "grande parte da vida na prisão, onde chegou a estar preso com o próprio pai, no Tarrafal [em Cabo Verde]".

"Foi uma vida de um sacrifício total às causas e aos valores", afirmou à Lusa o antigo dirigente do PS, considerando que Edmundo Pedro era um "verdadeiro homem livre e um verdadeiro militante pela liberdade", que não se preocupava apenas com o que se passava em Portugal, mas com o mundo.

António Costa

O secretário-geral do PS, António Costa, lamentou hoje a morte do dirigente histórico socialista, de quem lembra a "sua longa luta pela liberdade, antes e depois do 25 de Abril".

"Aos 99 anos deixa-nos mais um dos homens a quem devemos a nossa liberdade", afirma António Costa, numa declaração à Lusa.

"Resistente desde sempre à ditadura, demonstrou uma coragem extraordinária, participando em múltiplas tentativas de derrube da ditadura, nunca desistindo perante a constante repressão de que foi vítima desde a juventude, quando foi preso ainda menor, no campo de Concentração do Tarrafal", lê-se na declaração enviada à Lusa.

António Costa recorda que, em janeiro de 2016, com João Soares, então ministro da Cultura, fez "questão de assinalar o seu nome entre a lista dos prisioneiros no Tarrafal", durante uma visita que efetuou ao local.

"Depois do 25 de Abril destacou-se como militante, dirigente e deputado do Partido Socialista, tendo sido elemento fundamental na articulação civil e militar na defesa da Liberdade contra a deriva totalitária no período da revolução. Durante anos, sofreu em doloroso silêncio acusações que a História veio a confirmar injustas", acrescentou.

O secretário-geral socialista lembrou ainda o legado que deixou, com várias obras, "com o testemunho histórico da sua longa luta pela liberdade, antes e depois do 25 de Abril". "Aos 99 anos deixa-nos mais um dos homens a quem devemos a nossa liberdade", concluiu.

Ferro Rodrigues

 O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, lamentou hoje a morte do dirigente histórico do PS Edmundo Pedro, lembrando-o como um "antifascista, grande democrata".

"Foi com grande tristeza que tive conhecimento do falecimento de Edmundo Pedro. Antifascista, grande democrata, Edmundo Pedro era um amigo por quem tinha uma grande admiração", lê-se numa declaração enviada à Lusa pelo presidente do parlamento e ex-secretário-geral do PS.

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte a sua morte, recordando-o como um “lutador pela liberdade e democracia”.

“O Presidente da República manifesta o seu pesar e apresenta as condolências à família e amigos de Edmundo Pedro, lutador pela liberdade e democracia, fundador e dirigente do Partido Socialista”, lê-se numa mensagem colocada no 'site' da Presidência.

Eduardo Cabrita

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, recordou Edmundo Pedro como um homem “empenhado na luta pelas liberdades”, que deixa “um lugar na história da afirmação de um Portugal democrático”.

“Era um homem amigo do seu amigo, um homem generoso, um homem que tinha sempre uma palavra amiga, sempre disponível para qualquer iniciativa, para qualquer luta e, sobretudo, com uma alegria e uma confiança no futuro que manteve neste século de vida tão rico”, declarou hoje à Lusa, no Porto, o militante socialista, à margem da cerimónia de apresentação da candidatura a presidente da federação Distrital do Porto do PS, Manuel Pizarro.

Eduardo Cabrita adiantou que Edmundo Pedro “foi uma referência” com a qual contactou e “muitas vezes” aprendeu. O dirigente socialista lembrou ainda Edmundo Pedro com uma "imagem de homem sempre empenhado na luta pelas liberdades desde jovem".

“Teve as primeiras prisões na década de 30. Teve uma luta inteira de combate pela liberdade, antes e depois do 25 de Abril.(…) Deixa um lugar não só do Partido Socialista mas sobretudo na história da afirmação de um Portugal democrático, de uma tradição operária, de uma cultura autodidata, de afirmação, de participação, eu diria que quase até ao seu último dia”, considerou.

Pedro Cegonho

O presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) Pedro Cegonho considera que se tratava de “um símbolo da liberdade”.

“Perdemos fisicamente um símbolo da liberdade, mas permanecerá connosco em cada ação individual e coletiva de defesa da liberdade, da pluralidade de opiniões e da defesa e do aprofundamento da democracia”, afirmou à agência Lusa o também presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, em Lisboa.

JS recorda “grande lutador antifascista”

A Juventude Socialista (JS) recorda-o como um “grande lutador antifascista e fundador e dirigente histórico do Partido Socialista”.

“A Juventude Socialista apresenta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos de Edmundo Pedro, um histórico da resistência antifascista e um dos pais fundadores do Partido Socialista, cujos importantes contributos para a construção do Portugal democrático constituem parte substancial de um legado político e cívico que jamais será esquecido”, lê-se na nota de pesar hoje divulgada.

Para o secretário-geral da JS, Ivan Gonçalves, Edmundo Pedro foi um “homem muito importante na luta e resistência antifascista, pela liberdade e contra a ditadura”.

O responsável da JS destacou, igualmente, “o papel decisivo que Edmundo Pedro continuou a ter depois do 25 de Abril, principalmente durante o PREC e no caminho que o país fez para a consolidação da democracia”, disse. “O seu exemplo de coragem e determinação continuará a ser exemplo e inspiração para milhares de jovens socialistas no nosso país”, frisou.

Carlos César

“Foi um dos lutadores pela liberdade e pela democracia mais corajosos e íntegros que o nosso País conheceu ao longo da Ditadura, como nos anos que sucederam ao 25 de Abril de 1974”, escreveu Carlos César, na sua conta no Facebook.

Do Tarrafal aos “calaboiços da ‘prisão portuguesa’, da palavra aos atos”, Edmundo Pedro foi “sempre a certeza do combatente leal e solidário”, escreveu, recordando igualmente ter sido um dos fundadores, com Mário Soares, do Partido Socialista, em 1973.

“Nunca lhe poderemos pagar por inteiro o sacrifício das suas lutas, mas importa tê-lo nas nossas memórias como um dos nossos a quem ficámos muito a dever”, concluiu César.