Seis meses é o tempo médio que um licenciado demora a encontrar emprego na situação atual em Portugal, segundo uma sondagem da Robert Walters. Dos que encontraram emprego, "53% dizem que os seus empregos atuais não estão relacionados com a sua licenciatura".
Segundo a sondagem, "aqueles que se formaram nos últimos 12 meses sentem que o seu estatuto de recém-licenciado não lhes valeu muito poder de negociação no mercado de trabalho – com 72% a sentirem que não têm 'muita vantagem' sobre os candidatos que não foram para a universidade".
Neste sentido, quase 20% dos recém-formados acreditam que a experiência de trabalho "teria sido mais útil" do que a licenciatura para serem bem-sucedidos no mercado de trabalho atual.
Assim, mais de um terço (39%) dos licenciados considera que o seu diploma não é de todo valorizado pelo mercado, com outros 19% a sentirem que não é tão valorizado como esperavam.
"Os recém-chegados estão a entrar no mercado de trabalho mais desafiante visto em quase uma década – uma mistura de menos vagas, salários que não correspondem ao custo de vida e alta concorrência comprada pelo acesso a talentos remotos e globais – desempenhando um papel no tempo que os recém-licenciados demoram para encontrar uma função de emprego adequada", aponta François-Pierre Puech, diretor da Robert Walters.
"Somado a isso, vimos uma tendência emergir entre a geração Z que, potencialmente tendo testemunhado os seus pais ou irmãos mais velhos a trabalharem num mundo corporativo pré-pandemia, agora dão muito mais ênfase ao prazer do seu trabalho, aos valores e propósito da empresa, bem como ao bem-estar e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional – o que está a levar a um maior tempo gasto na procura de emprego", acrescenta.
Além disso, diversas empresas estão a tentar atrair candidatos sem diploma de licenciatura como requisito. "Os cordões à bolsa estão de facto a ser apertados pelas empresas – o que, por sua vez, significa que há menos para gastar em formação e, portanto, para as empresas, a experiência de trabalho é muito mais atraente do que um licenciado com um diploma ou sem experiência", nota François-Pierre Puech.
"Com o mercado tão frágil como está, os empregadores estão à procura de profissionais que tenham a capacidade de dar o pontapé de saída", remata.
Por sua vez, "os recém-formados estão com os olhos bem postos na progressão, pois muitos vão começar numa empresa numa posição de nível de entrada, mas querem sentir-se seguros ao saber que há um caminho claro para subir e uma escala salarial à altura".
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