Christopher Tapp, de 43 anos, passou os últimos 20 na cadeia por uma sentença de 30 anos pela violação e homicídio de Angie Dodge, uma adolescente de 18 anos. O caso tem mais de duas décadas e remonta a 1996.

À época não foram encontradas provas na cena do crime que ligassem Tapp ao caso — o que não impediu que tivesse sido condenado devido à teoria de que várias pessoas estavam envolvidas no homicídio, sendo Tapp um dos suspeitos e tendo ele confessado o crime, conta a ABC.

Todavia, esta quarta-feira, após décadas a clamar inocência e a afirmar que a sua confissão foi forçada, Tapp foi finalmente ilibado. A sua sentença foi revertida por um tribunal do Idaho após terem sido apresentadas novas provas através de uma técnica chamada de "genealogia genética" — cruza informações de ADN e árvores genealógicas.

As provas de ADN levaram a polícia a encontrar outro suspeito, Brian Dripps, vizinho da vítima. Dripps foi preso em maio deste ano e confessou o crime.

É a primeira vez que esta técnica é utilizada para comprovar com sucesso a inocência de um acusado. "É um sentimento incrível ajudar alguém a limpar o seu nome", declarou à rede ABC a especialista em genealogia, CeCe Moore, que supervisionou as investigações.

"É uma nova vida, um novo começo, um novo mundo para mim e vou aproveitar cada dia", declarou Tapp, na audiência, citado pelos meios locais.

Trata-se da mesma técnica utilizada para identificar o "Assassino de Golden State", em abril de 2018. A análise levou a que fosse possível ligar um ex-polícia a alguns dos crimes cometidos por um assassino em série californiano responsável por pelo menos 12 homicídios e 45 violações em todo o estado nos anos 70 e 80.

Nos EUA existem vários sites que recolhem amostras de ADN dos seus utilizadores, que querem encontrar parentes online, publicando resultados e gerando uma lista de correspondências. No entanto, estes sites também podem ser utilizados ​​pela polícia para encontrar pessoas cujo ADN é recolhido em cenas de crime, de acordo com a Time.