O objetivo da vigília, realizada no centro histórico de Lisboa, “foi de chamar a atenção para a prisão” de Ahed Tamimi, de 16 anos, “mas também a de outros detidos que estão em prisões israelitas, em particular meninos e meninas”, como frisou Shahd Wadi, do Comité de Solidariedade com a Palestina e do Boicote, Desinvestimento e Sanções.

“Por ano, são 800 crianças que passam pelos calabouços israelitas”, referiu, salientando que Tamimi foi presente a julgamento a 08 deste mês, tendo sido confrontada com “coisas que tinha feito desde que tinha 11 anos, como a participação em manifestações” pró-palestinianas.

“Tamimi estava em casa quando os militares vieram e dispararam contra um primo. Ela não pertence a grupos políticos, não tinha armas, estava a resistir dentro da casa dela, conjuntamente com a prima, que foi já libertada”, disse, acrescentando que “a reação de Tamimi em agredir os militares, que queriam retirá-la da casa dela à força, foi feita em defesa e contra a violência dos soldados”.

Wadi lembrou ainda que permanecem presos cinco mil palestinianos por semelhantes razões, porque, sublinhou, “Israel criou uma imagem estereotipada dos palestinianos e sobre a mulher palestiniana, que é oprimida ou terrorista”.

A mãe de Ahed Tamimi está entre os palestinianos detidos, porque “foi apenas perguntar pela filha detida e ficou encarcerada”.

Na concentração, a primeira de “muitas ações de sensibilização” que se pretende organizar no futuro, Francisco Louçã e os deputados do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua e Luís Fazenda marcaram presença, além do Movimento Alternativa Socialista (MAS).

Wadith Damous, deputado brasileiro do Partido dos Trabalhadores, esteve igualmente presente na vigília.

Ahed Tamimi é uma das habitantes de Nabi Saleh, localidade a 20 quilómetros a nordeste de Ramallah, território da Cisjordânia ocupado por Israel, sob controlo militar.

Com oito anos, começou a participar em manifestações contra os colonatos israelitas e, três anos mais tarde, a jovem enfrentou os militares do Estado hebreu, por causa da detenção do irmão, na altura com 12 anos.

Um vídeo mostra Tamimi, que afirmou terem os militares israelitas disparado uma bala de borracha que atingiu um primo e o deixou temporariamente em coma, a discutir, ao lado da prima Nur, de 20 anos, com dois soldados.

“A nossa força está nestas pedras”, disse Tamimi, após confrontar os militares israelitas.

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