“Estes portugueses e portugueses são o Portugal vivo no coração do Afeganistão, mas é Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa depois de um almoço com a maioria dos 213 militares na missão das NATO no Afeganistão, a Resolute Support (RS).

No almoço, na chamada cantina turca, o Presidente, que é também comandante supremo das Forças Armadas, teve a seu lado o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e o chefe do Estado-Maior do Exército, José Nunes da Fonseca, que cumprimentaram, um a um, os soldados portugueses, entre eles 15 mulheres.

Marcelo fez um elogio longo aos militares, naquele almoço de família, com a "família militar", que cumprem a sua missão, “além do cumprimento normal” dos deveres, pela “excelência”, pela “generosidade”, nesta época natalícia, a dois dias da consoada que estes passarão a mais de 7.000 quilómetros de Portugal.

“Como representante de todas e todos os portugueses vos agradeço, não apenas o mero cumprimento do dever, mas a excelência, a generosidade no cumprimento do dever”, disse.

E o “cumprimento desse dever” dos militares no Afeganistão, “está no grau máximo” e acrescentou: “Por isso merecem a nossa gratidão.”

Para o chefe do Estado, a segurança não passa apenas pelas fronteiras físicas com Espanha ou no mar, mas também pelo Afeganistão, país dos talibãs, onde a NATO tem uma missão de apoio às autoridades afegãs, incluindo a formação às forças de segurança, como faz Portugal.

“Aqui estamos leais aos nossos aliados na exata proporção que nos sejam leais. Por que é isso a aliança. Cada qual cumpre a sua parte de responsabilidade nos termos adequados ao cumprimento pelos demais”, alertou.

Antes, o ministro da Defesa agradeceu, em nome do Governo, aos militares o trabalho feito durante este primeiro mês e meio “em condições difíceis” e terem aceitado “o desafio de cumprir uma missão em nome de Portugal” no Afeganistão.

Durante as quatro horas e meia que esteve na base, o Presidente visitou, a pé, e apesar do frio do fim do dia, as várias instalações onde estão os militares portugueses, incluindo a Força de Reação Rápida, e teve um ‘briefing’ de informação com os comandantes portugueses.

Já no final, assinou o livro de honra e recebeu mais um presente: uma capa tradicional afegã.

Os militares portugueses garantem a segurança do perímetro da base da NATO em Cabul, ocupam postos de vigia na parte norte do aeroporto Hamid Karzai, fazem patrulhas, escoltas a pessoal e material, protegem instalações e pessoal durante situações de risco.

Além disso, dão formação e treino a tropas afegãs na escola de operações especiais e de artilharia.

Esta força nacional destacada, a quarta desde o início da missão, está em Cabul desde outubro.

A `Resolute Support Mission´ começou em 2015 no âmbito do combate ao terrorismo, e visa o treino, aconselhamento e apoio às forças militares e de segurança e o fortalecimento das instituições do Afeganistão, contando atualmente com cerca de 16 mil militares de 41 países.

A RS sucedeu à ISAF (Força Internacional de Apoio à Segurança) na qual Portugal participou com cerca de 3.200 militares em 12 anos.

A NATO está presente no Afeganistão com mandato da ONU desde 2003, a pedido dos EUA, na sequência do ataque terrorista naquele país em 11 de setembro de 2001.