“A União Europeia continua solidária com o povo necessitado do Sudão”, disse Josep Borrell, que visitou projetos apoiados pela União Europeia no Darfur do Norte.

O chefe da diplomacia europeia esteve reunido, no sábado, com os líderes civis e militares que integram o Governo de transição do país e hoje visitou a cidade de El Fasher, capital do estado do Darfur do Norte, que foi palco de um sangrento conflito interétnico entre 2003 e 2008.

Josep Borrel apontou as mudanças que estão a ocorrer no Sudão, que em abril derrubou o Presidente Al-Bashir, sendo atualmente governado por um executivo de transição até à realização de eleições.

O dirigente europeu sublinhou que a União Europeia apoia o Governo de transição sudanês “para que alcance a paz e estabilidade no Sudão e para melhorar as condições humanitárias no Darfur”.

Borrell disse ter constatado a melhoria das condições no terreno, mas assinalou a “necessidade urgente de encontrar uma solução definitiva para os deslocados internos” pelo conflito, que as Nações Unidas estimam em 2,5 milhões.

Por seu lado, o governador do Darfur do Norte afirmou que a situação de segurança é “estável” e que o norte da região deixou para trás o conflito e entrou numa “etapa de construção”.

Por isso, apelou para um reforço do apoio da UE ao Governo sudanês para que possa “enfrentar a situação dos deslocados e reconstruir o que foi destruído durante a guerra”.

A violência eclodiu no Darfur, em 2003, quando dois grupos recorreram à luta armada para protestar contra a pobreza e a marginalização sofridas pelos habitantes da região, iniciando um conflito sangrento que nos anos seguintes causou a morte de mais de 300 mil pessoas, segundo a ONU.

O então presidente Al-Bashir levou a cabo uma política de terra queimada na região, perseguindo a população não muçulmana com a ajuda do exército e de milícias acusadas de cometerem crimes de guerra e contra a humanidade.