“O uso de munições reais deve ser objeto de uma investigação independente e transparente", afirmou a Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, sublinhando que o bloco comunitário lamenta as mortes e endereça as suas condolências às famílias das vítimas.
“A liberdade de expressão e a liberdade de reunião são direitos fundamentais que devem ser respeitados", disse a representante, falando em nome dos 28 países-membros da UE.
Milhares de palestinianos marcharam na sexta-feira em direção à barreira fronteiriça que separa a Faixa de Gaza de Israel, mais de 30 mil segundo o exército israelita e cerca de 40 mil de acordo com fontes palestinianas, para defender “o direito de regresso” dos refugiados palestinianos às terras que tiveram de abandonar durante a guerra da independência israelita de 1948 e denunciar o bloqueio rigoroso em vigor contra este enclave palestiniano.
O protesto intitulado "A Grande Marcha do Regresso", convocado pelo movimento radical palestiniano Hamas (que controla a faixa de Gaza desde 2007) e que deve durar cerca de seis semanas, degenerou em confrontos com o exército israelita.
Pelo menos 16 palestinianos perderam a vida e cerca de 1.400 pessoas ficaram feridas.
A maioria (758 pessoas) apresentava ferimentos provocados por balas reais disparadas pelas forças israelitas. Os restantes foram feridos por balas de borrachas e pelos efeitos do gás lacrimogéneo usado pelos militares israelitas.
Tratou-se do dia mais sangrento desde a guerra de 2014 em Gaza.
Israel garantiu hoje que intensificará a sua resposta se continuarem os protestos violentos junto à fronteira com Gaza, bem como justificou que todas as vítimas mortais estavam a cometer ações violentas durante o protesto.
A ONU afirmou estar atenta aos acontecimentos ocorridos em Gaza, com o secretário-geral da organização, António Guterres, a pedir uma "investigação independente e transparente" dos confrontos.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se de urgência na sexta-feira à noite para discutir a violência na Faixa de Gaza, mas não conseguiu acordar uma declaração conjunta.
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