“Temíamos que houvesse mortes de crianças porque a desnutrição assola a Faixa de Gaza”, disse a diretora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês) para o Médio Oriente e Norte de África, Adele Khodr.
As mortes foram registadas no Hospital Kamal Adwan nos últimos dias.
“Há provavelmente mais crianças a lutar pelas suas vidas nos poucos hospitais que restam em Gaza”, alertou, denunciando que estas “mortes trágicas e horríveis são obra de seres humanos, previsíveis e totalmente evitáveis”.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou hoje, num novo balanço, a morte de 30.410 pessoas na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano, em 7 de outubro de 2023.
“A falta generalizada de alimentos nutritivos, de água potável e de serviços de saúde é uma consequência direta dos obstáculos ao acesso e dos múltiplos perigos enfrentados pelas operações humanitárias da ONU e afeta crianças e mães, a sua capacidade de amamentar os seus bebés, particularmente na Faixa de Gaza. As pessoas estão famintas, exaustas e traumatizadas”, acrescentou Adele Khodr, citada pela agência Europa Press.
A responsável destacou a “disparidade” de condições no norte e no sul do enclave, em resultado de “restrições à ajuda”, o que afirma custar vidas no norte.
Quase 16% das crianças com menos de dois anos sofrem de subnutrição, segundo dados de janeiro relativos ao norte da Faixa de Gaza. No sul, este número cai para 5%.
As organizações humanitárias alertam, desde outubro, para as possíveis consequências se não forem tomadas medidas e se a guerra não terminar.
“As mortes de crianças aumentarão rapidamente”, avisou ainda a diretora regional da UNICEF.
No ataque de 7 de outubro do movimento islamita Hamas em território junto à Faixa de Gaza foram mortas cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo números oficiais israelitas.
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