Segundo a Universidade de Coimbra (UC), o plano, que visa “a promoção da saúde mental, a prevenção da depressão e o combate ao estigma social e ao insucesso escolar associados”, vai ser aplicado em duas escolas do Agrupamento Figueira Norte.

A intervenção vai ser aplicada na Escola Básica Pintor Mário Augusto e na Escola Secundária Cristina Torres, no âmbito do projeto “SMS” (acrónimo de “Sucesso, Mente e Saúde”), financiado pelo programa Portugal Inovação Social e pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra.

A UC explica em comunicado que o “SMS” se traduz numa intervenção de “banda larga”, isto é, “envolve não só todos os alunos, como também os seus pais e encarregados de educação, professores e outros profissionais das escolas e ainda técnicos da comunidade que estão diretamente relacionados com estabelecimentos de ensino como, por exemplo, técnicos da autarquia e de centros de saúde”.

Inclui ainda uma “forte vertente tecnológica”, nomeadamente a plataforma ‘web’ “SMS eSaúde”, desenvolvida com a colaboração de investigadores do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia daquela universidade.

A UC adianta que a intervenção é constituída por dois programas, um destinado aos jovens e outro aos educadores.

O programa “SMSjovens” é constituído por 10 sessões, que serão aplicadas ao ritmo de uma por semana, numa lógica de aprendizagem combinada (presencial e remota).

“Em cada sessão, com a duração de uma hora, são trabalhadas e treinadas competências baseadas na terapia cognitivo-comportamental, que se têm revelado eficazes na prevenção e no tratamento de muitos problemas de saúde mental na adolescência, designadamente o ‘mindfulness’ (atenção plena) e autocompaixão”, é referido.

Já as 10 sessões que compõem o programa “SMSeducadores” visam “promover competências de comunicação, de resolução de conflitos e de suporte emocional, entre outras, de modo a impactar positivamente na qualidade da relação com os adolescentes”.

“Por exemplo, trabalha-se a relação entre pensamentos, comportamentos e emoções, são dinamizadas atividades de lazer para melhorar o estado de humor, treinam-se aptidões de comunicação positiva e de resolução de problemas”, esclarece na nota a coordenadora do projeto, Ana Paula Matos.

A responsável acrescenta que se trata de “uma intervenção preventiva, multinível e baseada em evidência científica”.

Rosário Pinheiro, outra das investigadoras do projeto, sublinha no comunicado que “a característica de ‘banda larga’ torna o projeto inovador”.

“Por outro lado, é uma intervenção que aposta fortemente na vertente tecnológica. A plataforma ‘web’ ‘SMS eSaúde’, destinada não apenas aos participantes no programa, mas também à população em geral, contém conteúdos relacionados com saúde mental (por exemplo, vídeos, jogos, áudios sobre ‘mindfulness’ e compaixão, fóruns, bancos de informação sobre linhas de apoio e serviços de acompanhamento psicológico)”, relata.

A equipa do projeto também integra José Joaquim Costa e Mário Zenha-Rela, segundo a UC.