A cerimónia, segundo um comunicado da academia alentejana enviado à agência Lusa, está agendada para as 16:00 de segunda-feira, na Sala dos Atos, no Colégio do Espírito Santo, principal edifício da universidade alentejana.
O Conselho Científico da UÉ considerou “oportuno” homenagear Alexandre Quintanilha “pelo seu extraordinário percurso científico” e “também pelo importante contributo que deu à ciência em Portugal”, pode ler-se no comunicado.
Este contributo de Alexandre Quintanilha, segundo o Conselho Científico, foi dado “transmitindo o conhecimento, desenvolvendo a investigação científica, formando gerações de cientistas e promovendo militantemente a ciência na educação”.
O patrono do doutoramento Honoris Causa do cientista português vai ser o professor doutor Manuel Sobrinho Simões, indicou a UÉ.
Quanto à atribuição do grau de Doutor Honoris Causa ao professor Pat Sandra, natural da Bélgica, “não é mais do que o reconhecimento pelo seu inestimável contributo para a ciência, em sentido lato, e para a química analítica e a ciência separativa em particular”, segundo é referido na nota de propositura do Conselho Científico da UÉ.
A universidade alentejana destaca também o apoio do cientista “ao desenvolvimento da ciência cromatográfica em Portugal”.
“E muito especialmente o seu apoio inestimável ao desenvolvimento e crescimento das técnicas analíticas de separação na Universidade de Évora, principalmente, através do seu contínuo apoio pessoal, como cientista e investigador, sem esquecer o seu desinteressado apoio material ao longo de mais de dez anos de colaboração”, acrescentou o Conselho Científico da academia alentejana.
O patrono deste doutoramento Honoris Causa ao cientista belga é, precisamente, Alexandre Quintanilha, professor catedrático jubilado da Universidade do Porto, “que com ele partilhou o lugar de conselheiro do [então] presidente da Comissão Europeia”, Durão Barroso, referiu a UÉ.
Segundo a nota biográfica disponibilizada à Lusa, Alexandre Quintanilha nasceu, em 1945, em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique, e aí completou o liceu. Em 1972, doutorou-se em Física Teórica na Universidade Witwatersrand, em Joanesburgo, na África do Sul.
Foi professor na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos da América, durante duas décadas, até que, no início dos anos 90, passou a ser docente de biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto. Até 2010, foi diretor do Instituto de Biologia Molecular e Celular e presidente do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, na mesma universidade.
“Presidiu depois ao grupo responsável pela implementação do consórcio i3S, que, além destes dois institutos, integrou também o IPATIMUP”, ou seja, o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, disse a UÉ, referindo que o cientista é também membro de várias academias internacionais e de outras organizações.
Desde 2015, é deputado pelo PS na Assembleia da República e presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência.
Quanto a Pat Sandra, formou-se na Universidade de Gent, na Bélgica, primeiro com uma licenciatura em Química, depois com mestrado em Química Orgânica e, finalmente, com doutoramento em Ciências.
Foi nesta universidade que começou a sua carreira como professor, mas deu também aulas nas universidades de Eindhoven (Holanda) e de Stellenbosch, na África do Sul.
Pat Sandra fundou o Research Institute for Chromatography (RIC), em 1986, e foi cofundador do Pfizer Analytical Research Centre, que dirigiu entre 2003 e 2011, pode ler-se na nota biográfica disponibilizada pela UÉ, que refere ainda que o cientista recebeu diversos prémios ao longo da sua carreira e foi autor ou coautor de mais de 550 publicações científicas.
[Notícia atualizada às 15:29]
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