Denominado “XR2ESILIENCE”, o projeto, divulgado hoje pela academia alentejana, quer promover a resiliência e a saúde mental das equipas de enfermagem em Portugal e em outros cinco países europeus (Áustria, Alemanha, Croácia, Espanha e Reino Unido).
“Esta tecnologia de suporte ao treino da resiliência permite realizar experiências imersivas e simulações realistas que acontecem num ambiente seguro e controlado com níveis elevados de eficiência em termos de tempo e a nível económico”, adiantou.
O projeto é coordenado em Portugal por Manuel Lopes e Lara Guedes de Pinho, professores do Departamento de Enfermagem da Universidade de Évora (UÉ) e investigadores do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) da academia.
Segundo a UÉ, o “XR2ESILIENCE” foi recentemente aprovado pelo Horizonte Europa, o programa da União Europeia para a investigação e a inovação, com financiamento na ordem dos cinco milhões de euros.
Através deste projeto, sublinhou, os investigadores esperam poder “melhorar a capacidade de resposta dos enfermeiros às situações de stress a que estão submetidos diariamente”.
“Este projeto representa uma estratégia abrangente na construção da resiliência e explora o papel da realidade aumentada no treino da resiliência dos enfermeiros”, realçou Manuel Lopes, também diretor da Escola Superior de Enfermagem S. João de Deus da UÉ, citado no comunicado.
Já Lara Guedes de Pinho, igualmente citada no documento, assinalou que, no âmbito do projeto, “será realizado um estudo controlado randomizado para testar a eficácia desta metodologia no combate ao stress e na promoção da resiliência dos enfermeiros”.
O projeto, de acordo com a professora e investigadora, inclui uma avaliação económica em saúde coordenada por Ricardo Rodrigues, professor do Departamento de Gestão do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade de Lisboa.
O impacto do projeto “estende-se a nível europeu e irá também contribuir para a criação de recomendações e capacitação de empregadores e legisladores, visando tornar as instituições de saúde locais favoráveis à resiliência em enfermagem na Europa”, acrescentou.
Aludindo a um estudo no qual participaram Manuel Lopes e Lara Guedes de Pinho, a UÉ salientou que o trabalho demonstrou “níveis elevados de stress nos enfermeiros (26,6% apresentavam níveis de stress moderados a graves)” e que foram “menores naqueles que utilizaram estratégias promotoras da saúde mental”.
A academia alentejana lembrou que o Gabinete de Segurança para a Prevenção e o Combate à Violência contra os Profissionais de Saúde alertou, recentemente, que a maioria das vítimas de agressão registadas no ano passado são enfermeiros.
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