No âmbito da estratégia de reorganização do serviço de urgência de Pediatria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, a Direção Executiva garante que nenhum dos 14 Serviços de Urgência de Pediatria desta região encerra.
No entanto, o número de unidades fechadas durante o período noturno, entre as 21:00 e as 09:00, aumenta para três, uma vez que o serviço de urgência do Hospital Beatriz Ângelo já estava fechado à noite e aos fins de semana por falta de profissionais.
Esta estratégia resulta de “longas semanas de trabalho, com os profissionais das várias instituições que estão no terreno, com a ponderação e diálogo necessários, visando a construção de respostas que visam assegurar a proximidade e o acesso da população ao SNS, sublinhando a enorme generosidade e esforço dos profissionais”, refere a DE-SNS em comunicado.
O Centro Hospitalar de Setúbal passa a encerrar quinzenalmente a urgência de pediatria, entre as 21:00 de sexta-feira e as 09:00 de segunda-feira, informa, salientando que os horários do plano vigoram até 30 de junho.
O Hospital S. Francisco Xavier, que faz parte do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, mantém o horário praticado há vários anos, com os médicos a integrar a escala noturna do Hospital D. Estefânia, que integra o Centro Hospitalar Lisboa Central, afirma a DE-SNS,
“O Centro Hospitalar do Oeste – Unidade de Torres Vedras – em geral já não conseguia cumprir no período noturno com os requisitos dos serviços de urgência de pediatria”, enquanto o Hospital de Loures mantém encerrado o serviço à noite e ao fim de semana como acontece desde 01 de março.
As restantes urgências pediátricas mantêm-se permanentemente abertas, nomeadamente nos hospitais Santa Maria, D. Estefânia, ambos em Lisboa, Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), Vila Franca de Xira, Cascais, Hospital Garcia de Orta, em Almada, Santarém e centros hospitalares Barreiro Montijo, Médio Tejo (Torres Novas) e Oeste (Caldas da Rainha).
Segundo o plano, o INEM deve estar “em regime de prontidão, disponibilizando os meios de emergência médica pré-hospitalar que possibilitem apoio de emergência e/ou encaminhamento de forma segura e adequada”.
Deve ainda desenvolver um “sistema de partilha de informação no que concerne à disponibilização de vagas nas Unidades de Cuidados Intermédios e Intensivos Pediátricas, em articulação com o Transporte Inter-hospitalar Pediátrico, para garantir respostas consistentes”, salienta.
Já os hospitais, em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e vale do Tejo, o INEM, o SNS24, o Portal do SNS e os Agrupamentos de Centros de Saúde da área de influência destes hospitais, disponibilizam informação à população sobre o funcionamento destes serviços, adianta a entidade, enfatizando que “o processo de reorganização constitui um trabalho dinâmico, envolvente e em permanente avaliação”.
A DE-SNS irá monitorizar os resultados do plano “de forma a avaliar a necessidade de alterações e definir a atuação nos restantes trimestres de 2023, em função da experiência do modelo, com perspetiva de potencial redução dos pontos de rede no verão e o aumento da disponibilidade no inverno, adaptando a oferta à procura de cuidados”.
“Os constrangimentos ao regular funcionamento dos serviços de urgência de pediatria têm ocorrido de forma indesejável, com suspensões não planeadas da atividade. Caso não sejam tomadas decisões de reorganização, o mais natural é que estas situações pontuais se agravem de forma irreversível, com consequências imprevisíveis no atendimento às crianças e adolescentes”, sublinha.
Salienta ainda que este contexto “impacta de maneira relevante na vida das famílias”, que nem sempre possuem informação atempada sobre os horários efetivos de funcionamento das urgências pediátricas, “gerando-se um ambiente de alarme social na população”, que afasta os cidadãos e os profissionais do SNS.
“O reforço do trabalho em rede entre as equipas de instituições hospitalares e dos cuidados de saúde primários, assim como o planeamento estratégico, constitui a abordagem adequada para assegurar uma cultura de previsibilidade, segurança e confiança dos cidadãos e dos profissionais no SNS”, sustenta.
(Artigo atualizado às 14h11)
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