Ursula von der Leyen é confirmada como presidente da Comissão Europeia, para um segundo mandato de cinco anos.
Contados os votos, 401 eurodeputados votaram a favor, 284 votaram contra e 15 abstiveram-se. Há ainda sete votos inválidos a registar.
O aval de hoje à recondução – que implicava pelo menos 360 votos favoráveis (metade dos eurodeputados mais um, dado que um dos parlamentares não tomou posse) – surgiu depois de a candidata do Partido Popular Europeu (PPE) se ter vindo a reunir nos últimos dias com várias bancadas políticas do hemiciclo europeu (como Socialistas, Liberais, Verdes e Conservadores) para apelar à aprovação destes parlamentares para um novo mandato de cinco anos.
Com uma maior fragmentação partidária no Parlamento Europeu, a recondução no cargo (em 2019 foi eleita sem ser candidata) obrigou a várias negociações nos últimos dias, dado que vários parlamentares ameaçaram não apoiar a política alemã por temer que Ursula von der Leyen estivesse demasiado ligada à ala conservadora ou por criticarem a sua postura em relação à externalização das políticas de migração da União Europeia (UE) e a certos recuos nas metas climáticas ou sociais.
Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a favor, numa votação renhida.
Von der Leyen reagiu à reeleição através de uma breve mensagem na rede social X.
"Mais cinco anos. Não consigo expressar o quanto estou grata pela confiança de todos os eurodeputados que votaram em mim", pode ler-se.
As palavras antes da eleição
Antes da eleição, a presidente da Comissão Europeia rometeu aos eurodeputados não aceitar a “polarização extrema das sociedades” europeias e que “demagogos e extremistas destruam” a União Europeia (UE).
“Estou convencida de que a versão da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com todas as suas imperfeições e desigualdades, continua a ser a melhor versão da história. Nunca ficarei a assistir ao seu desmembramento por dentro ou por fora, nunca permitirei que a polarização extrema das nossas sociedades seja aceite, nunca aceitarei que os demagogos e os extremistas destruam o nosso modo de vida europeu e, estou aqui hoje, pronta para liderar a luta com todas as forças democráticas desta casa [assembleia europeia]”, afirmou Ursula von der Leyen.
Intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária, na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário, que tenta hoje ser reconduzida no cargo por mais cinco anos, indicou estar “profundamente preocupada” com a “clara tentativa de dividir e polarizar as sociedades”, que causam “ansiedade e incerteza” aos cidadãos.
“Estou convencida de que a Europa, uma Europa forte, pode estar à altura do desafio, e é por isso que vos peço hoje a vossa confiança”, considerou.
Neste discurso, Ursula von der Leyen falou numa altura de escolhas na UE, indicando que, “num mundo cheio de adversidades, o destino da Europa depende do que for feito a seguir”.
“A escolha resume-se a saber se nos deixaremos moldar pelos acontecimentos e pelo mundo que nos rodeia ou se nos uniremos e construiremos o nosso futuro por nós próprios e essa escolha é nossa”, vincou.
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