“A imigração irregular é um desafio europeu que precisa de uma resposta europeia”, disse Ursula von der Leyen à imprensa na ilha italiana de Lampedusa, que se confronta com a chegada de dezenas de milhares de migrantes, apelando aos “Estados-membros para acolherem” os migrantes desembarcados em Itália.
Na mesma conferência de imprensa, a chefe do Governo italiano, Giorgia Meloni, disse que “o futuro da Europa joga-se na ilha de Lampedusa” e que esse “depende da capacidade de a Europa enfrentar os grandes desafios”, caso dos fluxos migratórios.
Ursula von der Leyen e Giorgia Meloni estão em Lampedusa, depois de a semana passada ali terem chegado mais de 10.000 imigrantes (mais do que a população da ilha mais próxima de África) em apenas três dias. Já nas últimas horas estima-se que tenham chegado 1.000 pessoas.
A Cruz Vermelha Italiana, que gere o centro de acolhimento de Lampedusa, disse hoje que ali ainda se encontram 1.500 migrantes, para uma capacidade de 400 pessoas, pois as transferências para a Sicília e o continente não compensam totalmente as novas chegadas.
Grandes navios de organizações não-governamentais, como o Geo Barrents dos Médicos Sem Fronteiras, que resgatou sábado quase 500 migrantes em 11 operações (mais de 200 menores), são direcionados diretamente para os principais portos italianos.
Contudo, dezenas de pequenos barcos continuam a sua travessia do Mediterrâneo e chegam diretamente a Lampedusa, onde o sistema de gestão de migrantes se encontra à beira da asfixia.
Apesar de os números estarem sempre em evolução, desde o início do ano estima-se que mais de 127 mil imigrantes desembarcaram em Itália, quase o dobro do mesmo período de 2022 e o triplo de 2021, segundo dados atualizados do Ministério do Interior italiano.
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