“Aquilo que nós sabemos, depois de ter falado com o gabinete de relações públicas do hospital, é que para este fim de semana parece estar assegurado, mas não me disseram de que forma, nem me confirmaram em definitivo”, explicou à agência Lusa José Lourenço, da comissão de utentes do Seixal.

No final de março, a Ordem dos Médicos alertou para o “cenário muito grave” da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, avisando que o serviço poderia encerrar alguns períodos durante o mês de abril.

A mesma advertência foi feita pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), precisando que o fecho poderia acontecer já no sábado, dia 13 de abril.

A Lusa contactou a administração do hospital para confirmar se o serviço de urgência pediátrica estava assegurado neste fim de semana, no entanto, não foi possível obter declarações.

Ainda assim, o departamento de comunicação remeteu para a conferência dada na quarta-feira, em que a administração do Garcia de Orta garantiu que estão a ser tomadas medidas para combater a falta de médicos pediatras e que o serviço tem mantido a “qualidade”, apesar de funcionar a mínimos, com dois especialistas e um interno.

“A qualidade é garantida porque são pessoas do quadro, muitas delas formadas aqui e a qualidade não tem propriamente a ver com o número, mas com a capacidade que se tem para prestar os cuidados”, explicou a diretora clínica do hospital, Paula Breia, na ocasião.

Em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração do hospital, Daniel Ferro, também avançou que serão lançados dois concursos para a integração de seis a oito pediatras (metade em maio e outra metade em agosto) e que, para impedir o fecho da urgência, foi tomada medida temporária de contratação de profissionais em regime de prestação de serviços.

Contudo, em declarações hoje à Lusa, a dirigente nacional do SEP, Zoraima Cruz Prado, disse ter conhecimento de que o hospital estava a tentar encontrar medidas, mas que “ainda não há uma solução para o problema”.

“Nós dissemos dia 13 porque tivemos acesso à escala e soubemos que não existiam pediatras nesse dia e também noutros durante abril. Daquilo que soubemos as coisas ainda estão no ar”, revelou.

Também Tânia Russo, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, referiu que a estrutura não tem conhecimento se as medidas temporárias estão concretizadas e se o serviço estará assegurado para os próximos dias.