“No final desta semana haverá a apresentação do programa e calendário de vacinação [das crianças], provavelmente vamos começar pelas de 11 anos e, depois, vamos descendo até às de cinco anos”, afirmou em entrevista ao programa Casa Feliz, da SIC.
Na terça-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou a vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos, com prioridade para as que têm doenças consideradas de risco para covid-19 grave.
Em comunicado, a DGS disse que esta recomendação surge na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 (CTVC), que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária.
António Costa sublinhou que as crianças sofrem menos com a doença, mas são “altamente transmissoras” da mesma, seja por se movimentarem muito, seja por exteriorizarem muito os afetos.
“Como se diz a uma criança que não se pega ao colo ou não se dá um abraço, não se diz”, vincou.
Além disso, o chefe do Governo salientou que uma criança infetada tem um “efeito muito nocivo” para si, para a sua família e escola porque, desde logo, interrompe o seu processo de aprendizagem, o que é mau para o seu desenvolvimento.
E, muitas vezes, recordou, uma criança infetada leva ao isolamento de uma turma e encerramento de uma escola e afeta a organização das famílias.
Costa recomendou aos pais ouvirem os pediatras e médicos de família para ficarem “mais confortáveis” na hora de tomar a decisão de vacinar ou não a criança.
“Pessoalmente, se tivesse filhos pequenos, não tinha dúvidas de que os vacinaria, mas cada pai é que tem de tomar a decisão”, comentou.
O chefe do Governo ressalvou que a vacina para as crianças já está muito testada, estando já a ser administrada em vários países.
Existem 600 mil crianças para serem vacinadas entre os cinco e 11 anos, revelou, dizendo que o Governo tem já 700 mil vacinas encomendadas e que chegarão até final de janeiro.
O primeiro-ministro apelou às famílias para realizarem autotestes à covid-19 antes dos convívios de Natal para evitar um “janeiro horrível” como aquele que foi o de 2021.
“Antes de se juntarem [no Natal] façam autotestes, cada vez há mais pessoas que estão infetadas e não têm qualquer sintoma e, portanto, fazendo um autoteste estão mais à vontade”, afirmou.
A realização destes testes são fundamentais para que o Natal seja passado em segurança e se evitar um “janeiro terrível”, sustentou.
“Não podemos voltar a ter um janeiro de 2022 igual a um janeiro de 2021 que foi absolutamente horrível para milhares de pessoas e temos de evitar isso, o país não pode voltar a parar”, reforçou.
E foi por esse motivo que o Governo decidiu criar a semana de contenção de 2 a 09 de janeiro para, após um forte período de convívio familiar, se evitar o cruzamento de pessoas, explicou.
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