Perto de metade dos cidadãos da União Europeia foram vacinados nos últimos cinco anos e uma vasta maioria (79%) consulta um profissional de saúde para obter informações sobre vacinação, de acordo com dados recentes do Eurobarómetro. No  entanto, há também conclusões preocupantes: 48% dos europeus acreditam que as vacinas podem muitas vezes produzir efeitos secundários graves e 38% pensam que as vacinas podem provocar as doenças contra as quais conferem proteção.

O objetivo é desmistificar esta ideia negativa e errada. A vacinação é uma das medidas mais bem sucedidas de sempre em matéria de saúde pública. Além de prevenirem doenças e salvarem vidas, as vacinas reduzem os custos dos cuidados de saúde, garante a OMC. O êxito das vacinas foi sistematicamente comprovado ao longo dos últimos duzentos anos. Este ano, a Organização Mundial de Saúde incluiu a desinformação nas dez ameaças mais graves em matéria de saúde pública. “Lutemos contra a desinformação”, pede o vice-presidente da Comissão Europeia para para a área do Emprego, Crescimentos, Investimento & Competitividade, Jyrki Katainen, nesta que é a Semana Europeia da Vacinação.

Portugal está no grupo dos três países em que a maioria dos cidadãos possui um registo das suas vacinas: 83% da população possui boletim de vacinas, uma percentagem que só é ultrapassada pela Alemanha (85%) e pelo Luxemburgo (86%).

Todos os anos mais de 100 milhões de crianças são vacinadas contra doenças como a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a tuberculose, a poliomielite, o sarampo ou a hepatite B. A vacinação evita cerca de dois milhões e meio de mortes por ano em todo o mundo e reduz os custos do tratamento de determinadas doenças, nomeadamente do tratamento com recurso a antibióticos (receitados para infeções virais).

Apesar destes números recorde, vários países da UE e países vizinhos veem-se atualmente confrontados com surtos sem precedentes de doenças que podem ser evitadas devido à insuficiência da taxa de cobertura de vacinação. A desigualdade no acesso às vacinas e a perda de confiança das pessoas na vacinação é um motivo de preocupação e um desafio para os especialistas em saúde pública de todo o mundo.

A política de vacinação é da competência das autoridades nacionais, embora a Comissão Europeia ajude os países da UE a coordenarem as suas políticas e programas nesta área. Foi por isso que em dezembro de 2018 o Conselho adotou uma recomendação sobre o reforço da cooperação contra as doenças que podem ser prevenidas por vacinação na Europa a 28. Os Estados-membros são incentivados a definir e aplicar planos de vacinação nacionais, com iniciativas para melhorar a cobertura, e a introduzir controlos regulares da situação.