No relatório “Gerações Mais Saudáveis”, o Conselho Nacional de Saúde indica que, numa análise do Programa Nacional de Vacinação em 2017, existem “vários agrupamentos de centros de saúde com cobertura vacinal insuficiente” no que se refere à vacina do sarampo aos seis anos idade , sendo que a segunda dose da vacina deve ser administrada quando a criança tem 5 anos.
“Este elemento ganha relevância se for tida em conta a intensa atividade epidémica do sarampo na Europa, facto que, nos últimos dois anos, foi responsável por três surtos de sarampo em Portugal”, indica o documento que é hoje divulgado e a que a agência Lusa teve acesso.
A análise à cobertura da segunda e última dose da vacina contra o sarampo, parotidite e rubéola nas crianças nascidas em 2011, que completaram seis anos em 2017, mostra “várias disparidades” entre agrupamentos de centros de saúde (ACES).
“Nenhum dos ACES da região do Algarve regista uma cobertura vacinal superior a 95%, registando o ACES Algarve Central uma cobertura vacinal inferior a 90% (89,4%)”, exemplifica o documento.
Também nas áreas urbanas de Lisboa havia em 2017 agrupamentos com cobertura da segunda dose da vacina do sarampo abaixo dos 90%, como ACES Lisboa Norte, Cascais e Amadora, que tinham “coberturas particularmente baixas”, entre os 85% e os 88%.
“Com coberturas vacinais mais elevadas, mas ainda assim inferiores a 95% contam-se os ACES Lisboa Ocidental/Oeiras (90,2%), Lisboa Central (90,9%), Loures/Odivelas (91,0%), Sintra (93,8%) e Almada/Seixal (94,1%)”, mostra o relatório.
Na região Centro, o ACES Pinhal Interior Norte regista uma cobertura vacinal de 91,7% e o ACES Baixo Mondego alcança uma cobertura de 94,2%. Na região Norte, o ACES Braga é o único que regista uma cobertura vacinal ligeiramente inferior a 95%.
“A cobertura vacinal desejável para uma comunidade estar protegida contra o sarampo através da imunidade de grupo é cerca de 95%”, recorda o Conselho Nacional de Saúde.
Atualmente, há dois surtos de sarampo ativos na região de Lisboa, que já infetaram pelo menos 22 pessoas, segundo o último balanço feito pela Direção-geral de Saúde.
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