"São 25 soldados", mas nenhum deles é general ou pertence ao topo das Forças Armadas da Venezuela, disseram à agência Efe fontes da Presidência brasileira, país que estará disposto a conceder o asilo pedido.
Os militares entraram na embaixada quando distúrbios eram registados nas ruas de Caracas e noutras cidades da Venezuela, depois de o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autoproclamou Presidente do país em janeiro, ter instado a uma rebelião civil e militar contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Guaidó anunciou, num vídeo gravado nos arredores da base aérea de La Carlota, na zona leste de Caracas, que "a família militar" decidiu unir-se ao movimento que procura a saída de Maduro do poder e a convocação de novas eleições "democráticas e livres".
Ao lado de Guaidó, apareceram alguns militares e o opositor Leopoldo Lopez.
López desrespeitou hoje a sua condenação a mais de 14 anos de prisão que cumpria em sua casa, pelos incidentes durante uma manifestação da oposição em 2014, e transferiu-se para a base militar de La Carlota, no leste de Caracas, para acompanhar o chefe do parlamento e autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó.
O Governo brasileiro, que apoia as aspirações de Guaidó e o reconhece como o "presidente legítimo e interino" da Venezuela, não constatou, no entanto, que a liderança militar se tenha efetivamente rebelado contra Maduro.
O assunto foi discutido numa reunião convocada pelo chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, que contou com a presença alguns dos seus ministros e na qual, segundo o vice-Presidente, Hamilton Mourão, foi reiterado que o país não apoiará nenhum tipo de intervenção militar estrangeira no país vizinho.
Mourão também considerou que Guaidó e Leopoldo López chegaram a "uma situação em que não há mais volta" e que agora "ou serão presos ou Maduro partirá".
Segundo o vice-Presidente do país, "não há outra saída" que não um desses extremos, de acordo com a avaliação feita pelo Governo brasileiro.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que também participou na reunião, acrescentou que, apesar de se notar "um enfraquecimento de Maduro" entre os militares, o executivo brasileiro não tinha até ao momento nenhuma informação de alegados movimentos em quartéis.
Augusto Heleno indicou que, "aparentemente, havia um certo apoio nas Forças Armadas", mas não entre os generais, e que esse apoio estava limitado a alguns oficiais de baixa patente.
Na opinião do ministro, essa falta de apoio dos generais ao movimento liderado por Guaidó leva a crer que "a Venezuela ainda está longe de uma solução", a qual "pode não chegar num curto prazo".
O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou hoje que os militares deram "finalmente e de vez o passo" para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação" do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
"O 01 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.
O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.
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