"Após uma ordem detenção emitida pelo Ministério Público (MP) foi detido o empresário Pietro Micale, proprietário da empresa Proct-Petrol, dedicada à importação e venda de materiais para a indústria de hidrocarbonetos", disse o procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte.

Tarek William Saab falava em Caracas, numa conferência de imprensa na sede do MP, durante a qual precisou que a detenção do empresário foi feita na passada sexta-feira e que a mulher do empresário, Miria Di Amario de Micaele, também proprietária da mesma empresa, é considerada em fuga da justiça.

Em causa, segundo o procurador-geral está "uma das tramas de corrupção mais importantes” investigada pelo MP.

"Um esquema de contratações com sobrefaturação (entre 100% e 50.000%) na Faixa Petrolífera do Orinoco, que provocou perdas à indústria petrolífera superiores a mais de 2 mil milhões de dólares (1,76 mil milhões de euros)", disse.

O empresário e a mulher são acusados de evasão de procedimento de contratação, procura ilegal de utilidade em ato da administração pública e associação para cometer delito.

Tarek William Saab acusou a ex-procuradora-geral da Venezuela Luísa Ortega Díaz de ter protegido a empresa Proct-Petrol durante investigações sobre a verificação do uso correto de divisas (dólares) atribuídos pelo Estado a preços preferenciais.

Segundo o procurador-geral, nos últimos 15 meses foram descobertos 18 casos de corrupção na PDVSA, que resultaram na detenção de 96 funcionários, dos quais oito já foram condenados.

Por outro lado, mais de 30 empresas foram alvo de rusgas no âmbito de investigações sobre corrupção na indústria petrolífera.

No geral, segundo Tarek William Saab, 1.129 pessoas foram detidas e 824 foram condenadas por diferentes casos de corrupção, em diferentes setores da atividade pública, na Venezuela.