“Aqui podem ler duas notas diplomáticas oficiais enviadas pelas autoridades brasileiras a convidar o Governo venezuelano e o Presidente Nicolás Maduro para assistir à tomada de posse de Jair Bolsonaro”, afirmou Jorge Arreaza, numa mensagem publicada na rede social Twitter, que mostrava imagens dos convites.
O futuro chefe da diplomacia brasileira, Ernesto Araújo, anunciou hoje que o líder venezuelano, Nicolás Maduro, não foi convidado para a tomada de posse do Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, “por respeito ao povo” da Venezuela.
“Por respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a investidura do Presidente eleito Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira”, disse Ernesto Araújo, também através das redes sociais.
A cerimónia de tomada de posse de Bolsonaro está agendada para Brasília para o próximo dia 01 de janeiro. O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, estará presente na cerimónia na capital federal brasileira.
Segundo Arreaza, as notas diplomáticas enviadas pela embaixada do Brasil na Venezuela foram recebidas a 07 de dezembro.
Ao convite, segundo referiu o chefe da diplomacia venezuelana, o Governo de Maduro respondeu no passado dia 12 de dezembro, resposta essa também publicada no Twitter.
"A Venezuela nunca irá participar na tomada de posse de um Presidente que é a expressão da intolerância, do fascismo e de apoio a interesses contrários à integração latino-americana e caribenha”, indicou a resposta venezuelana, citada pelas agências internacionais.
Jorge Arreaza reforçou que Maduro "nunca ponderou assistir à tomada de posse” de Bolsonaro.
O futuro chefe da diplomacia brasileira instou hoje igualmente “todos os países do mundo” a afastarem-se de Maduro e a unirem-se “para libertar a Venezuela", mas sem aprofundar tal posição ou eventuais diligências.
As declarações de Ernesto Araújo surgiram dias depois de Maduro ter envolvido Jair Bolsonaro num alegado plano orquestrado pelos Estados Unidos que teria como principal objetivo matá-lo e acabar com a revolução bolivariana.
Segundo o líder venezuelano, o Presidente eleito brasileiro terá tido conhecimento deste alegado plano durante um encontro com o conselheiro de segurança nacional do Presidente dos Estados Unidos da América, John Bolton.
Nesse encontro, que aconteceu em finais de novembro no Rio de Janeiro, Bolsonaro e Bolton debateram, entre outros assuntos, "medidas" para enfrentar a crise na Venezuela, mas sem especificar pormenores.
“Temos de procurar soluções para a Venezuela. Há que tomar medidas”, afirmou então Bolsonaro.
Jair Bolsonaro, de 63 anos, capitão do Exército brasileiro na reforma, filiado no Partido Social Liberal (PSL) e conotado com a extrema-direita, foi eleito o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos, na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, no dia 28 de outubro.
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