"Foram detidos na cidade de Maturín [estado de Monagas, no leste do país] dois indivíduos, inicialmente por publicarem ameaças gravíssimas incitando ao assassinato, ao magnicídio do cidadão chefe de Estado Nicolás Maduro Moros", disse Saab num comunicado à imprensa.

"As investigações preliminares que conduzimos revelam que, por trás dessas ameaças públicas e notórias, porque foram feitas por telefone e em redes sociais, existem provas de uma nova conspiração", continuou.

Os dois detidos, identificados como Whilfer Piña, líder do partido opositor La Causa R, e o sargento da Guarda Nacional Renzo Flores, serão acusados perante um tribunal de terrorismo pelos crimes de "conspiração, associação e tentativa de magnicídio" após planearem um atentado contra Maduro "há um ano".

As ameaças contra o presidente foram feitas no WhatsApp de Piña, segundo Saab.

"Whilfer, no seu estado do WhatsApp, publicou a seguinte ameaça: [...] 'em Maturín será a morte de Maduro'", afirmou Saab, mostrando capturas de ecrã da mensagem e das conversas que Piña teve com Flores sobre o "plano".

O procurador-geral afirmou que os dois detidos pretendiam, juntamente com "ex-colegas da Academia Militar" de Flores, recrutar 50 militares "para tomar um tanque e o arsenal de um quartel militar para realizar uma tentativa insana de golpe de Estado". A La Causa R rejeitou a prisão de Piña, classificando-a de "sequestro".

Neste ano, cerca de quarenta pessoas foram detidas por cinco supostos atos conspiratórios contra Maduro entre 2023 e início de 2024, incluindo a ativista de direitos humanos Rocío San Miguel e quatro diretores de campanha da opositora María Corina Machado, que aspira a enfrentar o mandatário nas eleições presidenciais. As denúncias de tentativa de magnicídio são comuns no chavismo.