“Já passamos esse capítulo” declarou Ernesto Araújo ao jornal Estadão, ainda em Davos, na Suíça, onde se encontra para reuniões com membros de outros Governos, à margem do Fórum Económico Mundial.
Na quinta-feira, Nicolás Maduro mostrou disponível para aceitar uma oferta de mediação à situação interna, feita pelos governos de Andrés Manuel López Obrador, Presidente do México, e de Tabaré Vázquez, chefe de Estado do Uruguai.
“Os governos do México e do Uruguai propuseram uma iniciativa internacional para promover um diálogo entre as partes na Venezuela (…) Estou pronto para o entendimento”, afirmou Maduro nesta quinta-feira.
Ambos os países não reconheceram o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como Presidente interino venezuelano, contrariamente ao projeto do Grupo Lima.
Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolas Maduro.
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), e a maioria dos países da América Latina já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.
Os Estados Unidos pediram a realização no sábado de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para abordar a situação na Venezuela.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Comentários