"A Madeira foi a primeira região a reconhecer o presidente Juan Guaidó como o presidente legítimo de todos os venezuelanos e o que nós aguardamos é uma transição para uma democracia pluralista e que respeite os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, que assente o governo numa legitimidade democrática do voto", disse Miguel Albuquerque na Quinta Vigia, sede do Governo Regional.

Para o presidente do Governo Regional, "é fundamental que, neste momento, a Venezuela efetue essa transição o mais rapidamente possível (...) e que se liberte das garras do comunismo e do autoritarismo".

Miguel Albuquerque considera "decisivo que os militares na Venezuela adiram, ou que parte da cúpula militar adira, ao presidente Guaidó e cumpra a Constituição".

"Estamos a assistir a uma situação ainda confusa, uma situação que ainda não está bem esclarecida, mas o nosso desejo é que essa transição para a democracia para um regime de liberdade que respeite os direitos humanos se efetue o mais rapidamente possível", acrescentou, observando ser importante o apoio internacional.

Na Venezuela vivia uma grande comunidade de emigrantes oriundos da Madeira, estimando o Governo da Madeira que mais de 6.000 já tenham regressado desde que começou a atual crise política, económica e social.

"Achamos que era importante fazer qualquer coisa para dar força às pessoas que estão lá [Venezuela] e transmitir, desde cá, o sentimento da liberdade e da democracia que todos queremos para a Venezuela", disse à comunicação social um dos organizadores da concentração que juntou cerca de meia centena de luso-venezuelanos no Largo do Município.

"Queremos que o povo da Venezuela saiba que não está só na luta pela democracia", acrescentou o luso-venezuelano Carlos Fernandes, que regressou há dois anos à Madeira.

O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou hoje que os militares deram "finalmente e de vez o passo" para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação" do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

"O 1 de maio, o fim definitivo de usurpação, começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.

O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.

"Informamos o povo da Venezuela que neste momento estamos a enfrentar e desativar um reduzido grupo de militares traidores que se posicionaram no Distribuidor Altamira (leste de Caracas), para promover um golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República", anunciou o ministro venezuelano de Comunicação e Informação na sua conta do Twitter.