"A Assembleia Nacional, prevista para o fim de julho, será imposta pela força e os seus resultados vão ser a constitucionalização de uma ditadura militar, socialista, marxista e comunista" disse o presidente da CEV.
Monsenhor Diego Padrón falava, hoje, na sessão de abertura da 108ª assembleia ordinária da CEV, que decorrerá até 12 de julho, em Caracas.
"Como o Governo e os seus porta-vozes têm dito, a Constituinte tratará de fazer uma nova Constituição e dar-lhe um caráter comunal, o que pode entender-se como pôr em prática toda a linha do plano da pátria (programa de governo socialista), ou seja, a causa fundamental de todos os males do país", disse.
Segundo Monsenhor Diego Padrón a proposta de reforma da Constituição feita pelo Presidente Nicolás Maduro permitirá que o atual Governo permaneça no poder de maneira "ilimitada" e anulará poderes públicos como a Assembleia Nacional, onde a oposição detém a maioria.
Explicou ainda que na Venezuela não há um "conflito ideológico entre direitas ou esquerdas" mas a luta de "um povo que clama liberdade" perante um "Governo convertido numa ditadura".
Segundo Monsenhor Diego Padrón o recente ataque de grupos civis armados, afetos ao regime, ocorrido a 5 de julho último contra o parlamento e as agressões a parlamentares opositores, são uma amostra de que o Governo venezuelano não pretende deixar de usar métodos violentos.
"O que aconteceu na Assembleia Nacional foi uma ação criminosa e demencial. Esse ataque demonstra que o Governo não quer abandonar a violência", disse.
Entretanto a Igreja Católica autorizou a oposição venezuelana a usar espaços paroquiais do país, com exceção dos templos religiosos, para realizar, a 16 de julho, um plebiscito sobre se os venezuelanos aprovam a proposta de Constituinte, exigir que as Forças Armadas defendam a Constituição de 1999 e que apoiem as decisões do parlamento.
Também advogam a renovação dos poderes públicos, a realização de eleições livres e transparentes, assim como a formação de um governo de união nacional para restituir a ordem constitucional.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento. Pelo menos 91 pessoas morreram em confrontos.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.
A oposição insiste que a Constituinte acabará com os restos de democracia que existe no país e que será usada pelo Governo para submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.
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