Nicolás Maduro disse ainda existir uma sabotagem internacional, que impede a chegada de novas notas.

“Decidi prolongar a validade das notas de cem bolívares [cerca de 0,15 euros], para circulação, comercialização e a atividade económica legal, dentro do território venezuelano, até 2 de janeiro de 2017 (…), por decreto de emergência especial”, disse.

O anúncio foi feito através da televisão estatal venezuelana, durante uma reunião com vários membros do seu gabinete, na qual frisou que a Venezuelana aumentou as notas de cem bolívares em circulação.

“Anunciem às pessoas (…) que podem continuar a usar tranquilamente as notas de cem, para as suas compras e atividades, na banca pública, privada e nas caixas eletrónicas [Multibanco]”, disse.

Maduro disse ainda que a Venezuela está a ser vítima de um “complô” (conluio) internacional, que tem atrasado a chegada de novas notas, de maior denominação, ao país.

“A Venezuela tem sido vítima de uma sabotagem, para que as novas notas não cheguem à Venezuela. A um avião contratado e pago pela Venezuela, quando estava em voo deram-lhe ordem de se desviar e ir para outro país. Três aviões especiais de carga que tínhamos para trazer as novas notas, não puderam fazer a viagem e há outro que não teve autorização de voar”, disse.

Segundo o Chefe de Estado, uma nova logística vai permitir que as novas notas cheguem ao país, mas não como desejava.

Maduro anunciou ainda que as fronteiras terrestres com o Brasil e a Colômbia continuarão encerradas até 2 de janeiro de 2017.

Nicolás Maduro responsabilizou a oposição pelos protestos violentos ocorridos nos últimos dias, na Venezuela.

“Sempre a direita contra os interesses nacionais, a procurar pescar em ‘rio revuelto’ [águas turbulentas], a procurar violência.

“Observem o que aconteceu em Guasdualito”, disse Maduro, aludindo à localidade onde pelo menos um banco foi destruído.

“Um grupo de direita [dos partidos] Primeiro Justiça e Vontade Popular, [cujos elementos] que já foram capturados, [eram] apoiados por máfias, buscando o desespero de setores populares, por causa de uma medida que tomei, uma medida necessária, porque estavam a roubar notas de cem, como parte do golpe económico”, afirmou Maduro.

O Presidente da Venezuela ordenou, no passado domingo, que as notas de cem bolívares fossem retiradas de circulação, para alegadamente combater máfias internacionais (norte-americanas, colombianas, europeias e asiáticas), que disse estarem a armazená-las, para desestabilizar a economia venezuelana.

Segundo o Banco Central da Venezuela, existem 6.111 milhões de notas de cem bolívares em circulação no país, aproximadamente 48% do dinheiro que circula entre a população.