“Vai ser um momento duro”, disse o primeiro vice-presidente do parlamento, com larga maioria da oposição, Freddy Guevara, num ato público como porta-voz da MUD.

Acrescentou que, apesar de ser necessário estar preparado para este cenário pós-eleitoral, “este momento duro de conflitualidade […] apenas vai acelerar a saída do Governo do poder”.

Guevara afirmou que os políticos que integram a MUD sabem que “depois de domingo, não vai ser fácil” para eles, referindo que o Governo tem detido opositores “quando lhe apetece”.

A coligação opositora, sublinhou, está convencida de que a comunidade internacional não vai apoiar a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), com a qual o Governo de Nicolás Maduro quer mudar a Constituição, um processo que a oposição considera pretender “consolidar a ditadura”.

“Nicolás Maduro embrulhou-se e foi embrulhado, embrulharam-no numa dinâmica que, se bem que vá agudizar a crise, acreditamos que os vai afetar muito mais a eles, não há dúvida”, disse o representante da oposição, referindo-se às novas sanções que os Estados Unidos anunciaram contra funcionários venezuelanos, caso seja concretizada a Constituinte.

Neste sentido, Guevara reiterou o apelo ao protesto este domingo em todo o país, e pediu que o interior da Venezuela também feche as ruas, ao mesmo tempo que pediu aos habitantes da capital para que se mobilizem na principal artéria de Caracas, a autoestrada Francisco Fajardo.

A diferença na forma de protesto na capital tem a ver, justificou, com o facto de em quatro dos cinco municípios de Caracas não haver centros eleitorais habilitados, por estarem nas mãos de autarcas da oposição.

“No dia de amanhã [domingo], temos de conseguir duas coisas: primeira, a deslegitimação do processo […] e mostrar que não vamos deixar de lutar. Independentemente da fraude que eles tenham montado, não vergamos as costas”, defendeu.

“Eu pergunto, é amanhã que nos vamos assustar? Amanhã todas as ruas da Venezuela têm que ter protestos”, insistiu.

O clima prévio à eleição da Constituinte manteve-se tranquilo, apesar de algumas manifestações.

A onda de protestos anti-Maduro decorre há quase quatro meses na Venezuela, tendo já causado cerca de 110 mortos, centenas de feridos e cerca de 5.000 detidos.

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