"Em matéria de política internacional, o BE parece um relógio suíço. Com uma pontualidade de fazer inveja a qualquer passaroco profissional, desses que saem de caixas coloridas em formato de casinha, com telhados e tudo, aí aparecem eles, sempre a colocar-se ao lado dos interesses do imperialismo", lê-se em artigo de opinião de um dirigente comunista na edição de hoje do jornal Avante!.
O membro da comissão política do Comité Central do PCP João Frazão defende que "assim foi com a situação na Síria e com os ataques aos legítimos representantes e à soberania do povo sírio, reproduzindo ao melhor estilo a argumentação dos falcões da guerra do outro lado do Atlântico".
"Assim tinha sido já com o voto relativo aos ataques à Líbia por parte da Nato, com o argumento de se estar a condenar um dirigente líbio. Assim foi também relativamente ao Brasil e às críticas ao PT, pela governação naquele país, uma vez mais, esquecendo o perigo e o inimigo principais", continua o dirigente comunista.
O texto de João Frazão sublinha que "assim volta a ser, inevitavelmente, nos recentes desenvolvimentos na Venezuela, com o BE a posicionar-se ao lado das vozes que reclamam eleições 'livres e justas', classificando mesmo a posição do Governo português, ou seja a posição dos grandes interesses da União Europeia a que o Governo português deu eco, de 'sensata'".
"Este último caso é bem revelador da atitude de quem - querendo dar de si um ar completamente asséptico, por não aceitar que ?existam ditadores bons e ditadores maus', como referiu um dirigente do BE a propósito da Líbia -, fazendo coro com Trump e Bolsonaro, quer ir sempre na onda do que está a dar a partir da comunicação social dominante", lê-se ainda.
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