Os manifestantes exigiram celeridade na distribuição de medicamentos e que a Cruz Vermelha divulgue o programa de distribuição da ajuda humanitária que entrou recentemente no país.

Na ocasião, foi denunciado que parte daquela ajuda estará à venda em zonas de Caracas, capital venezuelana.

“Exigimos a quem integra a Cruz Vermelha e a todos os organismos que façam a entrega de ajuda humanitária como deve ser às pessoas que realmente precisam”, disse aos jornalistas a presidente do Sindicato de Empregados do Hospital Clínico de Caracas.

Segundo Margot Monastérios, na semana passada foram entregues “pastilhas para purificar e mineralizar a água, que estão à venda em alguns setores” da cidade de Caracas.

“Queremos saber quais são os consultórios, hospitais, centros médicos privados que vão colaborar, para que as pessoas recebam os medicamentos”, afirmou Margot Monastérios.

Os manifestantes lamentam que médicos e enfermeiros, por exemplo, não estejam envolvidos na distribuição da ajuda humanitária.

“Supõe-se que é uma ajuda humanitária e se a Cruz Vermelha Venezuelana é a encarregada por que distribui dessa maneira?”, questionou a presidente do Sindicato de Empregados do Hospital Clínico de Caracas.

Margot Monastérios reuniu-se com um representante da Cruz Vermelha no país, Hernán Bonini, segundo o qual ainda “não chegaram os medicamentos” para tratar doenças como a hipertensão arterial, a diabetes e a lúpus.

O protesto de hoje ocorreu depois de nos últimos dias, através das redes sociais, o presidente da Cruz Vermelha Venezuelana, Mário Villarroel, ter sido acusado de, com a ajuda humanitária internacional, “dar oxigénio” ao regime do Presidente Nicolás Maduro.

A organização internacional emitiu depois um comunicado no qual apelou a que “ninguém faça nenhum tipo de ingerência nem tente politizar” a entrada e distribuição de ajuda humanitária no país.

A Venezuela passa atualmente por uma crise política, económica e social, que se tem agravado nos últimos tempos e que forçou três milhões de cidadãos a abandonar o país.

O Presidente do país, Nicolás Maduro, autorizou, no final de março, pela primeira vez, a entrada de ajuda humanitária internacional, coordenada com o seu Governo.