"O Chega, através de carta endereçada por mim, contactou hoje os dois candidatos à liderança do PSD, quer Luís Montenegro, quer Jorge Moreira da Silva, com o intuito muito claro” de, “independentemente de quem vença eleições de 28 de maio, se realizar no mês a seguir uma grande conferencia de alternativa ao espaço socialista em Portugal", afirmou.

O objetivo é que esta conferência se repita anualmente, durante os próximos quatro anos da legislatura, no final de cada sessão legislativa.

E "decorrerá quer o PSD aceite, quer o PSD não aceite", salientou.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega indicou que propôs na carta enviada "cinco linhas de entendimento possíveis para começar a criar um movimento de convergência à direita" que "possa ir amadurecendo ao longo dos próximos quatro anos".

Essas linhas de entendimento incluem "uma lógica de política económica à direita orientada para o crescimento, a ideia de uma política fiscal e económica orientada para a produtividade e para o aumento de salários e pensões, a ideia de participação portuguesa na União Europeia e a nível internacional, a reforma da justiça", uma das "áreas onde há mais colisão entre o Chega e o PSD" e a "reforma do sistema eleitoral, sabendo-se que o Chega defende uma redução permanente e persistente dos cargos políticos e uma simplificação do sistema político", elencou Ventura.

"Da análise que fizemos, encontramos cinco pontos que é necessário termos de convergência mínima para podermos ter um Governo à direita com Chega, PSD e IL", indicou.

"Se chegarmos a um entendimento sobre estas matérias conseguiremos ao longo de quatro anos formar uma alternativa para enfrentar António Costa ou quem lhe suceda” à frente do PS, defendeu o líder do Chega, apontando que o erro dos partidos à direita nas últimas eleições foi não terem “feito isto a tempo”.

O presidente do Chega reconheceu que “há diferenças muito profundas” entre os partidos, mas salientou que este entendimento é “uma necessidade imperiosa”, mantendo "as identidades de cada força" política.

Ventura espera que o seu convite possa ser aceite "como reconhecimento dos erros que Rui Rio [o ainda líder do PSD] cometeu ao não aceitar a proposta do Chega" para um entendimento "no momento em que ela deveria ter sido aceite".

Além dos dois candidatos à liderança do maior partido da oposição, André Ventura convidou também para organizar esta conferência a Iniciativa Liberal, mas indicou que estenderá o convite a "outros partidos não parlamentares" para participarem "neste encontro de natureza estritamente partidária".

Questionado sobre o ‘timing’ escolhido, o presidente do Chega disse que pensou "muito no momento de enviar esta missiva" e recusou querer condicionar o debate interno no PSD, mostrando-se disponível para dialogar "com os dois", apesar de estar a “80% convencido” que Luís Montenegro sairá vencedor nas eleições diretas.

Ventura considerou que, caso Luís Montenegro vença eleições no PSD, “há a possibilidade de se fazer um caminho” de convergência, mas se for Moreira da Silva, admitiu que “será um caminho mais difícil”.

Na apresentação da sua candidatura, no dia 20 de abril, Jorge Moreira da Silva afastou diálogo com o Chega e três dias depois Luís Montenegro afirmou que não precisa de negociar “nada” com o partido, que considera “uma linha vermelha” que o "ADN" dos sociais-democratas não ultrapassará.

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