"Paulo Macedo representa, na nossa perspetiva, uma potencial ameaça a um verdadeiro serviço público da CGD", disse a deputada d’ “Os Verdes” Heloísa Apolónia, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa, no parlamento.
Colocando Paulo Macedo no grupo daqueles que "procuraram liquidar os serviços públicos" e tentaram que caíssem num "fosso" para que um dia fosse necessário privatizá-los, Heloísa Apolónia lamentou que o Governo tenha optado por colocar o antigo ministro da Saúde do Governo de maioria PSD/CDS-PP à frente da Caixa Geral de Depósitos.
"Queremos a garantia de uma CGD e de uma capitalização que dê garantias de um reforço para o país e para economia do país", sublinhou Heloísa Apolónia.
Na resposta, o primeiro-ministro garantiu que o Governo acredita que Paulo Macedo tem condições para "executar bem o mandato que lhe foi confiado",
"Acho que é fundamental para o nosso sistema financeiro termos uma Caixa Geral de Depósitos 100% pública, exclusivamente pública e definitivamente pública. É a nossa visão e esse é o mandato que foi conferido ao doutor Paulo Macedo, o doutor Paulo Macedo não ignora o mandato que lhe foi conferido, se discordasse dele certamente não teria aceite", acrescentou.
António Costa fez ainda referência à questão do salário que o antigo ministro da Saúde irá receber enquanto presidente do banco público, admitindo que "é chocante o nível salarial em certas atividades".
"Temos de fazer o combate pela desigualdade e ter um bom banco público como a Caixa Geral de Depósitos é essencial para esse combate pela desigualdade. Se quero ter um bom banco público, é necessário ter esse banco nas condições que praticam os outros bancos", argumentou, vincando que para ter um banco público "profissionalmente gerido" é preciso pagar o que é pago no setor.
"Se por absurdo decidíssemos um dia ter uma equipa de futebol do Estado, não podíamos ter jogadores com um vencimento que se pudesse limitar ao vencimento do primeiro-ministro, porque como é sabido não haveria jogadores para jogar nessa equipa", comparou.
O PAN não participou hoje no debate quinzenal devido a razões familiares do deputado único André Silva.
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