Abad revelou na sexta-feira, nas redes sociais, que tinha sido alvo de uma queixa, apresentada em 04 de janeiro por uma cidadã identificada como Ida Victoria Páez Cortéz, mas em que também constam quatro deputados.
A vice-presidente interpôs uma ação junto da justiça para anular os decretos emitidos por Noboa, em que delegava, durante três dias, as funções presidenciais à secretária da Administração, Cynthia Gellibert.
Isto porque, entre 09 e 12 de fevereiro, Noboa enquanto este faz campanha para as eleições gerais de fevereiro, nas quais procura apoio para ser reeleito e continuar a governar até 2029.
De acordo com a Constituição, Verónica Abad deveria assumir a Presidência do Equador enquanto Noboa faz campanha.
Mas Noboa alegou que Abad estava ausente do cargo por não se ter deslocado a Ancara, na Turquia, como conselheira temporária, tal como estipulado num decreto.
Na quinta-feira, Abad acusou Noboa de consumar um “golpe de Estado” e insistiu que tem sido vítima de uma “perseguição brutal, que tem um único objetivo: tomar o poder pela força”.
Abad recordou que no sábado, através de um vídeo publicado nas suas redes sociais, pediu o apoio de várias instituições do Estado, incluindo as forças armadas, que responderam que não eram deliberativas e que lhes cabia acatar a vontade de Noboa, uma linha repetida pela polícia.
As suposições do governo de que Abad iria fomentar um golpe de Estado são mentiras, disse a vice-presidente, acrescentando que “é evidente que isso lhe trará não só consequências políticas, mas também jurídicas, nacionais e internacionais”.
O secretário-geral da Assembleia Nacional do Equador, Alejandro Muñoz, explicou que o parlamento devolveu na quarta-feira o decreto enviado por Noboa, no qual ele confiava a presidência a Gellibert por três dias, por “erros legais e constitucionais”.
Noboa e Abad têm tido um confronto amargo desde o início do governo, em novembro de 2023, quando ele a enviou como embaixadora em Israel, e desde então Abad tem denunciado alegadas perseguições para a forçar a demitir-se e não lhe delegar a presidência durante a campanha eleitoral.
“Estou disposta a substituir o Presidente em democracia e em conformidade com a Constituição, mas impediram-me à força de assumir as minhas funções de vice-presidente”, declarou, recordando que, no final de dezembro, nem sequer foi autorizada a entrar na vice-presidência, depois de os tribunais terem levantado a suspensão de cinco meses que lhe tinha sido imposta pelo Ministério do Trabalho.
Esta sanção baseava-se no facto de não ter mudado atempadamente de Israel para Ancara, numa altura de escalada das tensões no Médio Oriente, embora Abad tenha afirmado o contrário.
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