A número dois da diplomacia norte-americana vai encontrar-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, na cidade de Tianjin, no nordeste do país, no domingo, como parte de uma viagem à Ásia, que também a levará ao Japão, Coreia do Sul e Mongólia, anunciou o Governo dos EUA.
Sherman será a representante norte-americana de mais alta patente a visitar a China desde que o Presidente Joe Biden chegou ao poder, embora o secretário de Estado, Antony Blinken, e o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, se tenham já encontrado com Wang e com o veterano diplomata chinês Yang Jiechi, em Anchorage, Alasca, em março, e John Kerry, o enviado especial dos EUA para o clima, também já viajou para Xangai, para reuniões com o seu homólogo chinês, em abril.
A visita de Sherman à China acontece numa altura em que continua a degradação das relações diplomáticas entre os EUA e a China.
As autoridades norte-americanas não confirmaram as informações segundo as quais os chineses inicialmente teriam disponibilizado apenas funcionários de escalão inferior para se encontrarem com Sherman, mas confirmaram que a visita não ocorreria a menos que a vice-secretária de Estado se pudesse reunir com funcionários chineses de alta patente.
“O Presidente acredita que não há substituto para a diplomacia face-a-face. Estamos preparados, se for apropriado, para nos envolvermos em diplomacia direta com a China, se e quando for do nosso interesse e quando acharmos que será construtivo”, explicou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
As autoridades norte-americanas disseram ainda que a agenda de Sherman cobrirá diversas áreas de interesse, desde aquelas em que há profundas divergências — como a acusação de a China estar por detrás de ações de pirataria informática — como aquelas em que há consenso — como trazer a Coreia do Norte para negociações sobre programas nucleares.
Na semana passada, o Governo dos EUA alertou as empresas norte-americanas sobre os riscos de deterioração das relações com a China, que podem afetar nomeadamente os planos de investimento em Hong Kong, onde Pequim é acusado de reprimir liberdades democráticas.
Ao mesmo tempo, o Governo de Biden reafirmou a intenção de manter a política que rejeita quase todas as reivindicações marítimas significativas da China no Mar da China Meridional e lembrou a Pequim que qualquer movimento militar contra as Filipinas em áreas disputadas desencadeará uma resposta armada, ao abrigo de um tratado de defesa mútua com este país.
As relações EUA-China também foram agravadas recentemente pelas crescentes ameaças da China contra Taiwan e por causa das suas políticas no Tibete.
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