“Uma das coisas que foi profundamente alterada (…) é um incremento ainda mais ativo das forças adstritas à vigilância em toda esta região, por forma a que de uma forma persuasiva as pessoas não se sintam tentadas a fazer o uso do fogo, seja por motivos dolosos ou por motivos do seu trabalho, numa situação que é muito perigosa”, anunciou Duarte Costa.

Em declarações aos jornalistas, em Belmonte, distrito de Castelo Branco, onde o incêndio tem “uma frente muito ativa”, Duarte Costa disse que a medida é “decorrente da indicação do senhor ministro da Administração Interna [José Luís Carneiro], conjuntamente com o comandante-geral da GNR”, Rui Clero.

“Sei que a GNR e a Polícia Judiciária têm desenvolvido um conjunto de medidas de incremento nas suas áreas de investigação, de forma que haja um detetar e, se possível, apanhar as pessoas que ao longo destes dias têm estado a meter fogo”, acrescentou.

O presidente da ANEPC deslocou-se a Belmonte, onde esteve reunido com o presidente da Câmara Municipal local, António Dias Rocha, com o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, e com o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa.

Duarte Costa aproveitou para alertar para “os comportamentos conscientes de toda a população com a não utilização do fogo” e apelou à “vigilância de tudo aquilo que se passa no território numa forma de cidadania ativa”, para que se consiga “debelar este flagelo”.

“Para dar, novamente, este incêndio como dominado. Está a correr bem na frente da Guarda. Aqui, ainda temos muito trabalho a fazer. O correr bem na frente da Guarda não quer dizer que vamos diminuir as ações de combate e vigilância”, alertou.

Na Guarda, acrescentou, há cerca de 550 operacionais e há um posto de comando diretor que está na região, no concelho da Covilhã, a fazer esta coordenação toda” do incêndio que reativou na segunda-feira, depois de no sábado ter sido dado como dominado.

O incêndio deflagrou na madrugada do dia 06 em Garrocho, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, e as chamas estenderam-se depois ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira.

O presidente da ANEPC adiantou que “as investigações estão a seguir com toda a calma e serenidade e, como é óbvio, só depois destas investigações” é que as autoridades saberão se “foi fogo posto ou alguma utilização inconsciente ou alguma reativação”.

“A única coisa que a nós nos espanta é três reativações simultâneas, ao mesmo tempo, e com uma violência muito grande, num incêndio que há dois dias estava como dominado. Deixa-nos expectantes, relativamente àquilo que possa ser o resultado dessas investigações”, apontou.

Duarte Costa também disse que, além dos dois postos de comando independentes existentes atualmente, “um mais para o lado da Guarda e outro na região da Covilhã”, vai surgir agora um terceiro.

“Devido à intensidade de tudo o que se passou ontem e do trabalho que tem de ser feito hoje ainda, alterámos o dispositivo, não só em termos operacionais, como também criando mais um posto de comando coordenador para trabalharmos todos na máxima: juntos somos mais fortes e temos de trabalhar todos coordenados”, justificou.