“Penso que será, também, uma experiência de alegria, de entusiasmo e de esperança para o país”, afirmou António Marto em entrevista à agência Lusa.

Para António Marto, “vai ser uma experiência muito bela de fé, de espiritualidade de que a sociedade precisa tanto”, destacando que o papa vai apresentar-se no maior templo mariano do país “como peregrino entre os peregrinos”.

“Como peregrino traz também as suas preocupações, da Igreja e do mundo sobretudo, a que ele dá muito relevo”, referiu o bispo de Leiria-Fátima, exemplificando com a paz, as relações entre os povos ou a reforma da Igreja Católica.

Segundo António Marto, o papa “é o homem das surpresas”, mas antecipa que em Fátima Francisco “tocará” em aspetos como a misericórdia ou as periferias, “chamando a atenção às periferias geográficas de países marcados pela pobreza e pelas guerras”, assim como “os dramas dos deslocados, refugiados e migrantes”.

“E, depois, um grande apelo à espiritualidade, isto é, a uma conversão dos corações”, continuou o bispo, notando que “o mundo só muda se as pessoas mudarem por dentro”.

António Marto realçou, ainda, a personalidade do papa, que “veio do fim do mundo, da América Latina, com um estilo próprio de exercer o seu ministério, muito menos formal que os outros, muito próximo das pessoas, com uma linguagem muito afetiva de quem é capaz de falar coração a coração, muito diretamente, com uma maneira própria de abordar os problemas e toda a gente já o conhece”.

“Por conseguinte, traz consigo também uma atração existencial”, acrescentou o prelado que, em 2010, foi anfitrião de Bento XVI quando o atual papa emérito visitou Portugal.

Para o bispo de Leiria-Fátima, estes são “momentos inesquecíveis” do seu episcopado.

“Eu recebi o papa Bento XVI com quem tinha uma relação particular, na medida em que tinha sido aluno dele. Era de uma delicadeza, de uma ternura muito grande, embora não parecesse para o grande público. Agora vamos receber um papa que tem um estilo diferente, a mesma fé, mas traz uma frescura, uma alegria, um entusiasmo de quem vem de um mundo novo, que é a América, face a uma imagem de uma cultura e de uma fé porventura cansada na Europa”, acrescentou.

Francisco será o quarto papa a visitar Fátima e vai presidir ao centenário das “aparições” na Cova da Iria.

Os anteriores papas a estar em Fátima foram Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991, 2000) e Bento XVI (2010).

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