"É particularmente significativo que nós possamos fazer o ponto da situação na nossa parceria" e "identificar para onde podemos caminhar", disse o diplomata à agência Lusa.

António Costa visita a China de 08 a 12 de outubro, numa viagem que inclui Pequim, Xangai, Shenzhen e Macau, e que segundo o embaixador Torres-Pereira ocorre "num período de grande dinamismo nas relações bilaterais".

A última visita à China de um primeiro-ministro português foi em 2007, com José Sócrates. Dois anos antes o seu homólogo chinês, Wen Jiabao, esteve em Lisboa, onde assinou um acordo de "parceria estratégica global".

Desde então, houve um avanço em "praticamente todos os indicadores e números, desde as exportações ao investimento, turismo e visitas de alto nível", sublinhou Torres-Pereira.

Depois de em 2012 duas grandes estatais chinesas investirem mais de 3 mil milhões de euros em empresas portuguesas do setor energético, vários grupos chineses compraram ou demonstraram interesse em adquirir participações no setor financeiro português.

"Corresponde a uma nova fase da internacionalização das empresas chinesas, com grupos privados a comprar ativos em vários sítios e, sobretudo, em novos setores, como o dos serviços financeiros ou seguros", assinalou o embaixador português.

Torres-Pereira salientou ainda que, "ao contrário de outros destinos do investimento chinês, Portugal não teve grande dificuldade em adaptar-se à realidade de ter a China entre o leque de investidores estrangeiros".

"E isto é um aspeto que os chineses reconhecem", realçou.

A visita de António Costa ocorre também num período de reforço do intercâmbio humano - "o terceiro pilar das relações" - com o aumento do turismo chinês em Portugal ou a chegada de jovens profissionais portugueses ao gigante asiático.

Quando Sócrates visitou a China, a comunidade portuguesa no país não chegava a 200 pessoas, um número pouco maior do que a comitiva que trazia consigo. Hoje há mais de 1.100 portugueses espalhados por todo o continente chinês (excluindo Macau e Hong Kong).

No ano passado, 154 mil chineses visitaram Portugal, um acréscimo de 36% face a 2014.

"É um desenvolvimento muito interessante, até porque não podemos considerar que a relação bilateral é sólida se todos os pilares habituais não estiveram a ser bem desenvolvidos", comentou o embaixador.