Na noite de sexta-feira, algumas centenas de agentes da PSP, militares da GNR e guardas prisionais realizaram um cordão humano em Coimbra, que terminou com uma concentração na Praça da República, numa ação por melhores salários.

Depois de estarem concentrados no local, os militares, agentes da PSP e guardas prisionais ergueram velas acesas e cantaram o hino nacional.

No dia de hoje, o hino voltou a ouvir-se — mas em jogos de futsal e futebol.

O que aconteceu?

Esta tarde, no Pavilhão da Póvoa de Varzim, cerca meia centena de elementos das forças de segurança e familiares manifestaram-se durante o jogo Sporting–Leões de Porto Salvo, das meias-finais da Taça da Liga de futsal.

Vestidos de preto e numa zona lateral das bancadas, os elementos das forças de segurança cantaram o hino nacional, mostrando bandeiras e cachecóis com as cores de Portugal, tendo recebido, no final, aplausos do restante público presente no recinto.

Também esta tarde, em Rio Maior, várias dezenas de elementos das forças de segurança, vestidos de preto, entoaram o hino nacional ao minuto 25 do jogo Casa Pia-Farense, referente à 18.ª jornada da I Liga de futebol.

A manifestação dos elementos das forças de segurança recolheu a solidariedade dos adeptos presentes em Rio Maior, que aplaudiram os protestos.

Este tipo de manifestação não é inédito e já tinha ocorrido no dia 14, no embate União de Leiria–Santa Clara, da II Liga de futebol, e no dia 12, no decorrer do encontro Portimonense–Farense, da I Liga de futebol.

O que está em causa?

Estes protestos inserem-se na vaga de contestação que teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ.

A falta de tratamento equivalente relativamente às restantes forças de segurança motivou, nos últimos dias, vários protestos de polícias em diversas cidades do país, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP, bem como da GNR e da guarda prisional.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

Esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna.

Os protestos, que os polícias prometem manter até terem resposta às suas exigências, estão a ser organizados através de redes sociais como Facebook e Telegram.