"Há várias décadas que a China ameaça, persegue e expulsa jornalistas norte-americanos e estrangeiros", criticou a porta-voz da diplomacia norte-americana, Morgan Ortagus, citada em comunicado da embaixada dos Estados Unidos em Pequim.
A decisão de Pequim é a mais recente manifestação da deterioração das relações entre os dois países.
Os EUA limitaram primeiro o número de cidadãos chineses que podem trabalhar nas delegações de alguns meios de comunicação social chineses no seu território e reduziram os vistos de trabalho dos jornalistas chineses para um período de 90 dias.
A China retaliou pela primeira vez em março, ao expulsar jornalistas do New York Times, Wall Street Journal e Washington Post.
Washington justificou a sua decisão com queixas de que os jornalistas chineses que trabalhavam para a imprensa oficial agiam mais como propagandistas e agentes do Partido Comunista Chinês do que como repórteres.
Esta semana, as autoridades chinesas penalizaram pelo menos cinco correspondentes estrangeiros de quatro órgãos de comunicação norte-americanos, incluindo desta vez a cadeia televisiva CNN e a agência Bloomberg.
Os jornalistas foram informados que as suas credenciais, que são emitidas pelo ministério dos Negócios Estrangeiros da China, não foram renovadas, segundo o Clube de Correspondentes Estrangeiros na China (FCCC, na sigla em inglês).
Os repórteres em questão receberam antes cartas oficiais, que permitem que continuem a residir e trabalhar na China, mas que podem ser revogadas a qualquer momento.
Os Estados Unidos "estão a trabalhar incansavelmente" para convencer a China a permitir que jornalistas norte-americanos exerçam a sua profissão normalmente, disse Ortagus.
As autoridades chinesas expulsaram, no primeiro semestre de 2020, um número recorde de 17 jornalistas estrangeiros, de acordo com o FCCC.
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