“A maioria [dos conferencistas] que vem [à Web Summit] está preocupada com a sustentabilidade, está muito preocupada com o que os Estados Unidos da América estão a fazer relativamente ao Acordo de Paris, e este é um enorme tópico de discussão sobre o medo e o facto de as coisas estarem a retroceder”, disse o presidente da Câmara.

Ainda assim, Medina quis passar uma “mensagem otimista” a quem o ouvia num dos palcos do recinto, que se reparte entre a Altice Arena e a Feira Internacional de Lisboa (FIL).

“A mensagem que vos gostaria de transmitir, de enviar diretamente de Lisboa, é que há razões crescentes para o otimismo”, apontou, salientando o papel das cidades nesta matéria.

“Quando olham para as cidades, para as grandes e médias cidades do mundo, quando olham para Nova Iorque, Londres, Paris, Madrid, Lisboa, Barcelona, Pequim, Singapura, quando olham para todas estas cidades do mundo, todas elas estão a protagonizar uma arrojada agenda em termos de sustentabilidade”, considerou.

Segundo o autarca socialista, apesar de haver algum receio com o que se passa a “nível nacional por causa das posições de alguns governos face ao Acordo de Paris”, acontece o “oposto nas cidades”.

“Olhem para a realidade não apenas do ângulo que é mais noticiado, mas olhem para o que acontece no terreno, para as decisões de agentes muito importantes. Olhem para o que acontece nas cidades, e provavelmente vão voltar a ganhar esperança de que o mundo não está a girar no sentido errado”, salientou Fernando Medina.

O autarca convidou os presentes a analisarem “o que está a acontecer nas cidades”, que contam com “metade de toda a população do mundo”.

De acordo com o presidente da Câmara de Lisboa, o primeiro aspeto a analisar prende-se com a “sustentabilidade económica”, nomeadamente “como criar, como reter talento, como reter empregos de inovação e conhecimento”.

A par disto, Medina defendeu que os municípios devem preocupar-se também com a sustentabilidade social e a sustentabilidade ambiental, sendo necessário compreender como se poderá tornar o “ambiente e os cidadãos sustentáveis a longo prazo”.

Para tal, as cidades estão a tomar medidas para reduzir o número de carros que andam nas estradas, e promover “mais transporte público, mais investimento na proteção contra as alterações climáticas, maior investimento em energia sustentável”.

Segundo Medina, “todos estão a perseguir essa agenda”.

“Não é ao acaso que quando olhamos para o espetro político em todo o mundo vemos forças massivas a lutar contra a exclusão, contra a discriminação, xenofobia, racismo, são precisamente os presidentes de cidades grandes. Não é acaso, é porque estão a acontecer coisas nas cidades”, apontou Fernando Medina.

O futuro das cidades, vincou, terá então de ser “sustentável de um ponto de vista económico, sustentável de um ponto de vista ambiental, sustentável de um ponto de vista social”.

“Tem de o ser ou não haverá futuro, de todo”, referiu.

A edição de 2018, a terceira em Lisboa, decorre no Altice Arena e na Feira Internacional de Lisboa (FIL) até quinta-feira, com 70 mil participantes.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Portugal e desde essa altura terá gerado um impacto económico de mais de 500 milhões euros.

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