Paddy quer fazer da Web Summit "a maior conferência 'online' alguma vez feita", para mais de cem mil pessoas. Mas o número de pessoas que estará em dezembro em Lisboa está ainda por definir e dependerá das instruções das autoridades de saúde.

Para já, os planos são transformar a cimeira que acontece no Parque das Nações num híbrido on e offline, com as conferências a serem gravadas em estúdios. "Uma das coisas que estou muito interessado em fazer é não criar apenas um estúdio no Altice Arena, ou algures em Lisboa, mas fazê-lo também noutras cidades em Portugal, algo que nunca fizemos."

"Ir ao Porto, a Coimbra, lá abaixo a Faro e fazer algo simultaneamente em Portugal e partilhar um bocadinho do país com o mundo", afirmou Paddy.

"Muito do foco nos últimos anos tem sido em Lisboa — e isso é fantástico para a cidade —, mas acho que o mundo devia saber que há muito mais em Portugal para lá de Lisboa."

"Estivemos muito tempo a pensar como o software pode tornar os eventos melhores", explicou Paddy Cosgrave, o fundador e CEO da Web Summit, sobre a plataforma que a equipa responsável pela cimeira em Lisboa criou para levar o evento para a internet.

O líder da Web Summit falou esta tarde aos jornalistas, numa conferência de imprensa a partir da Collision, outra das cimeiras organizadas pela equipa de Paddy Cosgrave.

Questionado sobre o número de pessoas que poderá estar em Lisboa, Paddy disse que será definido em outubro, seguindo as normas de segurança definidas pelas autoridades de saúde portuguesas na altura.

O número de pessoas presentes é uma grande questão, já que é ele um dos principais atrativos para a capital organizar a cimeira, alocando-lhe uma elevada verba. Paddy não respondeu a nenhuma questão sobre se a transformação do evento leva também a mudar as regras com que joga com a câmara de Lisboa. Questionado por um jornalista sobre os subsídios da câmara de Toronto ao Collision (e se tinham sofrido alterações), Paddy Cosgrave respondeu apenas que não sabia — nem os valores em causa, nem se sofreram alterações.

A organização da Web Summit anunciou hoje que a cimeira tecnológica realizar-se-á em Lisboa entre 2 e 4 de dezembro, quando nos outros anos decorreu em novembro, em formato a ser decidido no início de outubro.

Já em 16 de junho último, o cofundador e presidente executivo da Web Summit, Paddy Cosgrave, tinha afirmado que a cimeira tecnológica iria "avançar este ano em Lisboa", salientando e aderir "aos mais rigorosos protocolos" de saúde, conforme orientação do Governo português.

Em comunicado, hoje divulgado, a organização Web Summit refere que o evento "vai avançar - 'online' e 'offline' de 2 a 4 de dezembro".

O formato da Web Summit "em Lisboa será provavelmente decidido no início de outubro", adianta a organização.

Neste momento, "qualquer que seja a decisão tomada sobre o formato da Web Summit em Lisboa" esta "seguirá estritamente os protocolos de saúde" naquela altura, salienta.

"Essa decisão será posteriormente revista semanalmente e objeto de alterações no protocolo de saúde até ao dia da abertura da Web Summit em Lisboa, em 2 de dezembro", refere a organização.

Os bilhetes para a Web Summit em Lisboa estão à venda no início de outubro, desde que os protocolos de saúde permitam eventos naquela altura.

A Web Summit 'online' irá albergar até 100.000 fundadores, parceiros e oradores na plataforma de conferência 'online'.

Esta será a segunda conferência 'onine' da Web Summit na sua plataforma após o evento Collision from Home, com mais de 30.000 participantes (entre 23 e 25 de junho), que trouxe pessoas de mais de 140 países em todo o mundo.

Os bilhetes para a Web Summitn 'online' já estão à venda, assim como os pacotes para parceiros e 'startups'.

A Web Summit 'online' colocará um "foco significativo em ajudar a acelerar a recuperação da economia de Portugal, trabalhando em conjunto com as autoridades portuguesas de forma a promover os principais objetivos e mensagens do país para os participantes certos", refere a organização.

A cimeira irá trabalhar com a cidade e o país no envolvimento de novas e já existentes comunidades através de diferentes iniciativas como o programa Inspire, programa de código aberto ['open source' programme'], mulheres nas tecnologias, negócios locais de Lisboa e Lisboa Capital Verde 2020 [Lisbon Green Capital 2020'].

A organização refere que a Web Summit irá transmitir palestras 'online' a partir de um estúdio da Altice Arena, bem como de estúdios em cidades ao longo do país.

"Pela primeira vez na Web Summit haverá um canal dedicado a Portugal", acrescenta a organização.

O programa Road2Websummit, uma parceria entre a Startup Portugal e a Web Summit, decorrerá como o costume, refere.

Adicionalmente, a organização irá distribuir 100 passes a 'startups' escolhidas pela Startup Portugal.

Cerca de 50.000 bilhetes estão disponíveis gratuitamente para estudantes e funcionários de universidades, bem como a licenciados que estejam interessados em trabalhar em 'startups' portuguesas ou a criar as suas próprias 'startups'.

Em setembro, todas as universidades em Portugal irão receber uma atribuição de bilhetes, assente no seu tamanho, para distribuir pelos estudantes, funcionários e licenciados.

A Web Summit compromete-se em organizar 10.000 videoconferências entre empresas portuguesas e investidores internacionais e jornalistas, bem como potenciais clientes e parceiros.

"Esta semana estamos a assistir milhares de pessoas a conectarem-se à nossa nova plataforma", afirma Paddy Cosgrave, citado no comunicado.

"Temos vindo a construir 'software' que permita conexões em eventos há mais de meia década", o que permite mudar para "o 'online muito naturalmente e ainda temos mais seis meses para continuar a desenvolver o que já temos alcançado", acrescentou Cosgrave.

"A nossa plataforma permitirá à comunidade portuguesa encontrar-se com pessoas de todo o mundo para fazer as mesmas conexões significativas e valiosas que são, de certa forma, similares às do mundo real. Estamos totalmente empenhados em trabalhar com as autoridades portugesas para trazer o máximo de benefício económico possível para o país", através de várias iniciativas, o cofundador da Web Summit.

E também para "ajudar a amplificar o ecossistema tecnológico português que tem crescimento imensamente ano após ano", rematou.