“China e Rússia uniram-se para forjar um novo caminho de coexistência e cooperação, que beneficiou ambos os países e contribuiu de forma sábia e poderosa para a igualdade e justiça internacionais”, afirmou Xi na terça-feira, segundo um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
“Tal como acordei com o Presidente [russo, Vladimir] Putin, devemos continuar a manter intercâmbios estreitos para que as nossas relações possam desenvolver-se de forma harmoniosa e estável”, acrescentou, segundo a mesma nota.
O líder chinês salientou que Pequim apoia a Rússia “na luta contra o terrorismo e na manutenção da segurança e da estabilidade social” e sublinhou que a Organização de Cooperação de Xangai, liderada conjuntamente, “uniu o ‘Sul Global’ num espírito de abertura, transparência e inclusão”.
Xi sublinhou que as duas partes devem aproveitar o 75.º aniversário desde o estabelecimento das relações diplomáticas para “aplicar plenamente” os “consensos” alcançados entre os dirigentes dos dois países.
“A China sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento das relações sino-russas e está disposta a trabalhar com a Rússia para intensificar a comunicação bilateral e reforçar a parceria estratégica multilateral”, afirmou.
Lavrov afirmou que a Rússia “admira profundamente” as conquistas alcançadas pela China, que “proporcionaram oportunidades importantes para o desenvolvimento de outros países”.
“A prioridade da política externa da Rússia é consolidar e melhorar de forma abrangente as relações com a China. O sucesso da reeleição do Presidente Putin assegura a continuidade destas relações”, afirmou Lavrov, de acordo com o comunicado do ministério chinês.
O responsável acrescentou que os laços entre os dois países estão a mostrar “forte resiliência” e que a Rússia procura “reforçar a colaboração bilateral e multilateral e trabalhar com outros países do ‘Sul Global’ para contribuir para a formação de uma sociedade mais justa”.
Desde a eclosão do conflito na Ucrânia, a China apelou ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia.
Manter boas relações com Moscovo é vista por Pequim como crucial para contrariar a ordem democrática liberal dominada pelos Estados Unidos e países aliados. É também uma forma de assegurar estabilidade na fronteira terrestre com a Rússia, que tem mais de 4.300 quilómetros de extensão, e fornecimento estável de energia.
Esta condição permite a Pequim concentrar recursos nas áreas costeiras e mares circundantes, onde os Estados Unidos mantêm várias bases militares em países aliados, segundo analistas de política externa chineses.
A China quer afirmar-se como a principal potência no leste da Ásia e diluir o domínio geoestratégico norte-americano na região. A reunificação de Taiwan, localizado entre o Mar do Sul da China e o Mar do Leste da China, no centro da chamada “primeira cadeia de ilhas”, é um objetivo primordial no projeto de “rejuvenescimento da nação chinesa”, lançado por Xi Jinping.
As reivindicações territoriais sobre Taiwan e o Mar do Sul da China suscitaram tensões entre Pequim e quase todos os países vizinhos, desde o Japão às Filipinas. A crescente assertividade da China no Indo-Pacífico levou já à formação de parcerias regionais lideradas pelos Estados Unidos, incluindo o grupo Quad ou o pacto de segurança AUKUS, que propôs esta semana a inclusão do Japão.
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