Batizado de partido Servidor do Povo (Sluha Narodum, SN), esta formação deverá obter pelo menos 226 das 450 cadeiras no parlamento unicameral, de acordo com as projeções.

Esta será a primeira vez que um partido vai ganhar a maioria desde a independência do país em 1991.

Quatro outras formações, incluindo uma abertamente apoiada pelo Kremlin, devem entrar na assembleia, de acordo com os resultados anunciados após a contagem de 44% dos votos.

A Plataforma Opositora-Pela Vida (pró-russa), de Yury Boyko e Viktor Medvedchuk, um aliado próximo do Presidente russo (Vladimir Putin), terá conseguido 11,5%, seguidos de três formações pró-ocidentais: Solidariedade Europeia do ex-Presidente Petro Poroshenko (8,9%), Pátria da antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko (7,6%) e o partido Golos (Voz) fundado apenas em maio pela estrela de rock ucraniano Sviatoslav Vakarchuk (6,3%).

De acordo com a lei eleitoral, metade dos 450 deputados do parlamento unicameral (Verkhovna Rada, Rada Suprema) desta ex-república soviética de 42 milhões de habitantes minada pelo pobreza e corrupção, são eleitos durante cinco anos por escrutínio proporcional e os restantes por escrutínio maioritário a uma volta.

No entanto, 26 deputados não poderão ser designados na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014, e nos territórios do leste controlados pelos separatistas pró-russos, onde o conflito já provocou mais de 13.000 nos últimos cinco anos.

Ao prometer “quebrar o sistema”, Zelensky esmagou o seu antecessor, Petro Poroshenko – no poder entre 2014 e 2019 – com 73% de votos na segunda volta das presidenciais em abril passado.

Na sua campanha, Volodymyr Zelensky prometeu mudanças radicais nesta ex-república soviética de 42 milhões de habitantes, um dos países mais pobres da Europa, minado pela corrupção e envolvido num penoso conflito com os separatistas pró-russos do leste do país.

Zelensky, um ex-comediante e empresário de espetáculos, sem experiência política, dissolveu um Parlamento que se revelou hostil e convocou legislativas antecipadas para beneficiar da vaga de popularidade e sem esperar pelo escrutínio inicialmente previsto para outubro.

Em junho, e apesar de ainda não ter adotado medidas fraturantes, um estudo referia que 67% dos ucranianos aprovavam a sua ação como Presidente.