Em comunicado, a Associação Sistema Terrestre Sustentável (ZERO) revela reservas em relação à reunião de segunda-feira e classifica de “fracas” as regras para ajudar os países a fazer a transição energética.
“Acresce ainda que se admite uma enorme subsidiação do carvão no mercado da energia na UE e uma promoção na utilização insustentável de biocombustíveis a partir de culturas alimentares”, lê-se no comunicado.
Para a Zero, os governos da UE têm ignorado “o inevitável: que é preciso acelerar a transição energética e aumentar a sua meta de energia renovável em linha com o Acordo de Paris”.
“Os ministros estão perante uma escolha: manter as atuais propostas que permitem que a era do carvão, petróleo e gás poluam indiscriminadamente a nossa atmosfera durante mais uma década ou avançarem para uma economia mais limpa e segura”, prosseguem os ambientalistas.
Sobre a energia renovável, a Zero considera que “a atual meta de 27% de energia renovável na proposta dos governos da UE coloca um travão na transição energética da Europa”.
“A meta deveria aumentar para pelo menos 45%, para ser consistente com o Acordo de Paris”, defende.
Em relação à governança, os ambientalistas recordam que a proposta “não permite impulsionar os investimentos em energias renováveis e eficiência energética, colocando em risco as metas da Europa para 2030 para esses setores”.
No mercado interno da energia, a Zero acredita que “a proposta sobre o desenho do mercado abre a porta à subsidiação do carvão com as novas regras do mercado da energia na Europa”.
“No que se refere aos biocombustíveis, num cenário em que se prevê uma meta para o setor dos transportes de 14%, a proposta prevê manter a meta de contribuição dos biocombustíveis produzidos a partir de culturas nos 7%, excluindo da lista culturas com baixo impacto na mudança indireta do uso do solo.
São disso exemplo “as culturas de rotação como a colza, contrariando a proposta inicial da Comissão que visava uma redução gradual para 3,8% até 2030, assim como a votação favorável do Comité de Ambiente da Comissão relativa ao fim da utilização de culturas alimentares para produção de biodiesel em 2030, e de óleo de palma em 2021”.
Para a ZERO, “Portugal tem tido neste capítulo uma posição muito negativa, ao defender o uso de biocombustíveis a partir de culturas alimentares, para defender a indústria portuguesa cuja capacidade de produção está claramente acima das necessidades do país e que deveria ter ponderado devidamente a sua sustentabilidade face às maiores exigências ambientais e sociais”.
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