Num levantamento sobre as práticas de 25 das principais marcas que operam nos centros comerciais, a Zero conclui que “o recurso ao descartável é uma prática generalizada a todas as marcas de restauração”.
De acordo com as conclusões da Zero, quase metade dos restaurantes visitados tinham pratos reutilizáveis, mas 22% recorrem ao descartável e 33% fornecem em substituição outros produtos também descartáveis, muitas vezes uma combinação entre papel e cartão com plástico.
Nos talheres “domina o descartável”, com 74% dos casos a adicionar invólucros de plástico ou de papel, e nos copos ainda é pior, 79% são de usar e deitar fora. E metade desses copos ainda têm uma tampa, “desnecessária e que aumenta o impacto ambiental da refeição”.
Depois, acrescenta a Zero em comunicado, continua a “praga das palhinhas”, com quase metade dos casos a serem fornecidas sem que sejam pedidas, e instalou-se outro hábito (em 90% dos casos analisados) de colocar um papel sobre o tabuleiro com publicidade. A associação diz que a justificação dada relaciona-se com a higiene, mas acrescenta que tal não se compreende se o tabuleiro for adequadamente limpo antes de ser utilizado, “como exigido”.
E nos cafés também é já o descartável que domina, com copos de plástico em 51% dos casos, associados a colheres descartáveis em 74% das marcas.
“Tínhamos noção de que era nos centros comerciais que se concentravam as práticas com maiores desperdícios em termos de recursos e de facto os resultados demonstram isso mesmo”, disse à Lusa Susana Fonseca, da Zero.
E acrescentou: “Na esmagadora maioria destas situações não se justifica este uso tão significativo de produtos descartáveis, temos de alterar este modelo”.
A responsável disse que a Zero vai lançar uma campanha para desincentivar o uso do descartável na restauração em centros comerciais e, disse, vai lutar pela penalização dos descartáveis.
“Quem tem as embalagens no mercado deve ser penalizado quando elas são para uso único, tudo o que não é embalagem mas que é descartável deve ser também taxado”, disse, acrescentando que a campanha se destina não apenas aos cidadãos em geral mas também aos proprietários da restauração, “que por vezes utilizam estas soluções por desconhecimento de alternativas”.
No comunicado a Zero pede aos cidadãos para que se insurjam contra o excesso de embalagem com recurso aos plástico e diz que chegou o momento de inverter o caminho e se legislar para “penalizar fortemente o descartável da restauração”.
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