De cabeça, de grande penalidade, de pé esquerdo. Cristiano Ronaldo teve a oportunidade de responder a todos os que têm criticado o seu papel na eliminação prematura da Juventus da Liga dos Campeões, que, pelo segundo ano consecutivo, foi eliminada nos oitavos de final, de todas as formas e feitios possíveis.
Um dia depois de, através das redes sociais, ter dito que, “felizmente, o futebol tem memória”, o número 7 da Juve trocou as palavras por golos ao assinar um hattrick em apenas 32 minutos na primeira parte do jogo da 27ª jornada da Serie A que levou a Vecchia Signora até ao terreno do Cagliari.
O primeiro golo do português aconteceu logo aos 9 minutos do encontro, de cabeça, na sequência de um canto. Com ganas de aumentar a conta pessoal, Ronaldo viu-se envolvido num lance aparatoso com Cragno, guarda-redes adversário, após uma disputa de bola em que o guardião chegou primeiro ao esférico do que a bota do número 7, o que valeu ao jogador um cartão amarelo.
A admoestação não mudou em nada a postura ofensiva de CR7 que continuou à procura do golo com a mesma intensidade. Conseguiria o bis aos 25 minutos, na sequência de uma grande penalidade. O hattrick chegou sete minutos depois, quando aos 32 minutos Ronaldo recebeu dentro da grande área, descaído para o lado direito, uma bola de Federico Chiesa e, de pé esquerdo, num grande pontapé fez golo. Nos festejos, ouviu-se o tradicional SIII no estádio, mas o que ficará para o pós-jogo é a imagem do português a aproximar-se das câmaras e a apontar para orelha, um gesto que, com ironia, evoca os críticos dos últimos dias.
Este foi, aliás, o segundo hattrick mais rápido da carreira de Cristiano. Para encontrarmos um registo de três golos num espaço ainda mais curto de tempo, temos de recuar até 2015, quando Ronaldo vestia as cores do Real Madrid e marcou três golos ao Espanyol em apenas 20 minutos, um encontro em que fez cinco tentos na conta pessoal.
A cumprir a terceira época na Juventus, com a qual tem contrato até junho de 2022, tem aumentado a especulação quanto a uma eventual saída já no final da presente temporada do capitão da seleção portuguesa, desde que o clube italiano foi eliminado pelo FC Porto, que venceu por 2-1 na primeira mão e, na terça-feira, perdeu por 3-2 em Turim, após prolongamento, da Champions
Desde então, Cristiano Ronaldo tem sido alvo de várias críticas, não só pela pouca influência que teve nos dois jogos, mas também pela forma como, na barreira, virou as costas à bola no livre de Sérgio Oliveira, no segundo tento dos ‘dragões’ na terça-feira.
A verdade é que este sábado, Ronaldo mostrou que, aos 36 anos, está em boa forma e recomenda-se: voltou a marcar três golos na primeira parte de um jogo, algo que não fazia desde 2015, no tempo em que vestia a camisola dos Merengues, chegou aos 30 golos esta temporada, algo que conseguiu fazer em 11 das últimas 12 épocas, e isolou-se como melhor marcador do campeonato italiano com 23 golos, mais quatro do que Romelu Lukaku, o jogador que lhe segue nesta mesma classificação.
E sim, os três golos de CR7 foram quanto bastou para vencer o desafio de hoje, com o Cagliari ainda a conseguir reduzir na segunda parte o resultado para 1-3, mas a não conseguir evitar a derrota.
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