A vila-condense, de 27 anos, foi quinta na primeira meia-final, ganha pela norte-americana Hali Flickinger (2.06,23 minutos), ao terminar a distância em 2.09,82 minutos.

Na terça-feira, já tinha feito história, ao avançar para a primeira semifinal da história da natação feminina portuguesa, ainda que saia de Tóquio2020 sem bater o recorde nacional, que a própria fixou já em 2018, de 2.08,03 minutos.

O resultado 'vinga' a época desportiva da nadadora, medalha de prata nos 200 mariposa dos Jogos do Mediterrâneo de 2018, ano em que bateu o recorde nacional, em Felgueiras, após um positivo à covid-19 a ter afastado dos Europeus de maio, em Budapeste, que admitiu serem "o primeiro pico de forma" para 2021.

Monteiro consagra-se, na estreia em Jogos Olímpicos, como a mais bem-sucedida nadadora em Jogos Olímpicos por Portugal, superando, na piscina, Sandra Neves, que tinha conseguido um 18.º posto também nos 200 mariposa, em Seoul1988, e mesmo a marca de Daniela Inácio nas águas abertas de Pequim2008, em que foi 17.ª.

Por outro lado, a posição final é a terceira melhor de qualquer elemento da natação portuguesa, apenas superada por Alexandre Yokochi, o nome cimeiro da modalidade em Portugal.

São dele os dois melhores registos, a e única final ‘A’ da história nacional, que concluiu no sétimo, entre 44 nadadores, nos 200 bruços de Los Angeles1984, boicotados pelo bloco de Leste liderado pela União Soviética, com 2.20,69 minutos.

Quatro anos depois, em Seul1988, falhou a qualificação para a final principal da mesma prova, mas acabou por vencer a ‘final B’, em 2.18,01 minutos, conseguindo, assim, o nono lugar.

Desde então, o melhor registo positivo havia sido de Alexis Santos, também presente em Tóquio2020, que no Rio2016 conseguiu o 12.º lugar nos 200 estilos e o 14.º nos 400 metros estilos.

"Depois de chegar a este patamar, o objetivo não é andar para trás"

“É um misto de emoções, fui 11.ª nuns Jogos Olímpicos, a mais de um segundo e meio do meu melhor tempo, e isso mostra o nível de exigência dos mínimos e dos 200 metros mariposa. Claro que chegar à final era um sonho e ficou aqui mesmo ao lado, mas só posso estar orgulhosa do que fiz”, afirmou a nadadora, de 27 anos, em declarações à agência Lusa.

Na primeira meia-final feminina de Jogos Olímpicos com uma nadadora portuguesa, Ana Catarina Monteiro terminou a sua série no quinto lugar, em 02.09,82 minutos, que lhe valeu o 11.º registo na competição, a 75 centésimos de segundo da última apurada para a final, a britânica Alys Thomas (02.09,07).

“O meu recorde pessoal [02.08,03] chegava, mas o das outras também. Eu cheguei com o 13.º tempo e saio daqui com o 11.º, claro que fica sempre essa sensação, mas fiz o meu melhor tempo de uma época tão atípica em que senti muita, muita falta de competições internacionais. Isso, para mim, faz bastante diferença, porque nos 200 mariposa em Portugal nado praticamente sozinha, e sentia muita falta de competir e conseguir competir com as adversárias. Hoje, sinto que consegui fazê-lo e, portanto, foi mais um passo em frente. O trabalho vai continuar, porque continuo com muitos sonhos e muitos objetivos pela frente”, explicou.

A nadadora do Clube Naval Vilacondense, natural de Vila do Conde, enalteceu o apoio sentido pelos seus próximos, a quem dedicou o resultado: “Tive um apoio muito grande da família, dos amigos, do meu treinador [Fábio Pereira] e da minha equipa, que foram um suporte fundamental. Este resultado é para eles, somos todos 11.ºs dos Jogos Olímpicos”.

Depois de viver uma meia-final, e ficar perto de igualar o feito de Alexandre Yokochi, o único português a disputar uma final olímpica, nos 200 metros bruços em Los Angeles1984, Ana Catarina Monteiro confirmou a que nível competir.

“Depois de chegar a este patamar, o objetivo não é andar para trás. Eu sou do tipo de pessoas que quer sempre mais. Os meus indicadores de treino estavam a ser os melhores de sempre, mas, lá está, faltava o ritmo competitivo e é nesse aspeto que tenho três anos para trabalhar. Se calhar, aumentar a competição internacional, estar mais vezes lado a lado com as melhores do mundo e chegar mais à vontade a este tipo de competição”, concluiu.