Nassar admitiu hoje ter molestado várias raparigas enquanto trabalhava para a equipa de ginástica dos Estados Unidos e para a Universidade do Michigan, e enfrenta agora uma pena de prisão que poderá ser de 25 anos.
O clínico foi formalmente acusado de molestar sete raparigas, a maioria das quais na clínica do ‘campus’ universitário do Michigan e na sua área de residência, em Lansing.
Em audiência, no tribunal de Ingham, Nassar reconheceu ter “penetrado manualmente” as vítimas e assumiu que a sua conduta não tinha qualquer propósito médico, nem foi consentida pelas raparigas.
O Ministério Público pediu uma pena mínima de prisão de 25 anos, mas o juiz pode determinar que esta chegue aos 40.
As raparigas testemunharam que Nassar as molestou com as mãos, por vezes na presença de um dos pais, quando estas procuraram ajuda para debelar lesões contraídas na ginástica.
“Ele convenceu as miúdas que aquele era um tratamento legítimo. Por que deveriam elas questioná-los? Como se questiona um Deus da ginástica?”, argumentou a assistente do procurador-geral Angela Poviliatis.
Paralelamente, Nassar está a ser acusado de crimes similares em Eaton County, a localidade de um clube de ginástica de elite. Preso no Michigan, aguarda ainda a sentença de um outro caso, relativo a pornografia infantil.
Na terça-feira, a três vezes medalha de ouro olímpica Gabby Douglas revelou que sofreu “abusos”. A denúncia foi feita quando se desculpava por um comentário que fez, na semana passada, sobre a postura da antiga colega de equipa Aly Raisman em relação a vítimas de abuso sexual: “Independentemente daquilo que vistas, isso não dá nunca o direito a ninguém de te assediar ou abusar de ti. Seria como dizer que, por causa do maiô que usamos, tivemos a culpa de Larry Nassar ter abusado de nós”.
Gabby Douglas sucedeu assim a Aly Raisman e a McKayla Maroney, tornando-se na terceira da equipa feminina de ginástica “Fierce Five” a afirmar publicamente que foi vítima de Larry Nassar, que trabalhou quase duas décadas como médico da seleção de ginástica dos Estados Unidos até ser demitido em 2015.
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