Pichardo, que falava à imprensa à chegada a Lisboa, explicou que o motivo desta decisão está assente tanto no aspeto pessoal como no desportivo.
“Já penso em aposentar-me desde o ano passado. Tive uma lombalgia, não conseguia andar, não conseguia sequer dormir bem. Foi um período muito duro. Aconteceram também alguns problemas tanto a nível pessoal como a nível profissional. E a partir daí, comecei a pensar se valia a pena passar por tantos sacrifícios, visto que não tinha muitos benefícios. Comecei a falar com a minha família e comecei a meter na cabeça que ficava por aqui nestes Jogos Olímpicos”, explicou.
Clarificando as declarações proferidas após a conquista da medalha de prata, o triplista garante que a curto prazo irá anunciar a decisão final.
“Acabei de chegar, ainda não falei com a minha mãe, nem com a minha esposa. Primeiro, vou falar com elas, depois vou tentar ter uma reunião com as entidades desportivas, também com o Benfica, e vamos ver o que acontece. Ainda não tenho a certeza, mas o que tenho em mente é ficar por aqui”, afirmou.
Ao contrário do que aconteceu quando chegou de Tóquio2020, onde conquistou a medalha de ouro, Pichardo chegou hoje quase ‘incógnito’ a Lisboa, apenas esperado pela imprensa, sem bandeiras, cachecóis ou palmas.
Ainda assim, após as declarações aos jornalistas, algumas pessoas solicitaram-no para tirar fotografias.
Pichardo mostrou simpatia e acedeu a todos os pedidos. Antes disso, aproveitou para reiterar o pedido de aumento dos apoios ao desporto.
“Em termos de modalidades, fora o futebol, não temos grandes apoios. Nota-se que no nosso país temos falta de cultura desportiva. Há muita gente que não acompanha os desportos, não acompanha as grandes competições, como a Liga de Diamante ou os Campeonatos do Mundo. Há muita gente que não tem conhecimento daquilo que faço. Encontro pessoas na rua que erram no nome da minha especialidade e que dizem que faço salto em comprimento, quando faço triplo salto”, realçou.
Agradecendo o apoio dado pela Câmara Municipal de Setúbal, entre outros, pela cedência das instalações desportivas, Pichado dá a entender que falta quase tudo.
“Graças a Deus tenho o apoio da Câmara de Setúbal, no sítio onde treino, mas, infelizmente, não tenho todas as condições para treinar. Também tenho um fisioterapeuta que me acompanha, mas que também tem o trabalho dele e não pode estar comigo a tempo inteiro. Isso seria importante para mim”, enunciou.
Se após a conquista do segundo lugar do pódio, onde considerou que sentia ter perdido o ouro em vez de ter conquistado a prata, Pedro Pichardo está agora mais satisfeito.
“Ficar no pódio é sempre uma sensação muito boa, mais ainda nuns Jogos Olímpicos. Trabalhamos para atingir este objetivo. Não consegui o ouro, consegui a prata. É mais uma medalha para mim, para a minha equipa de trabalho e para o país. Estamos satisfeitos. Cometi alguns erros durante a prova, não acertei bem na tábua, perdi alguns centímetros aí”, concluiu.
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