O título deste texto não mente: “Adriano” é, claramente, nome de jogador de futebol.

Por cá, lembramo-nos mais recentemente de Adriano Facchini, guarda-redes brasileiro que passou por Gil Vicente, Nacional da Madeira e, na temporada passada, Desportivo das Aves (onde venceu a Taça de Portugal antes de seguir para o Al Batin da Arábia Saudita).

Lá fora, há também outro Adriano, defesa-esquerdo internacional canarinho atualmente ao serviço do Besiktas e com um palmarés que impõe respeito, senão vejamos: duas Ligas dos Campeões, duas Ligas Europa, dois Campeonatos do Mundo de Clubes, três Supertaças Europeias, quatro Ligas Espanholas, cinco Taças do Rei, três Supertaças Espanholas, um Campeonato Turco (conquistados ao serviço de apenas três clubes: Sevilha, Barcelona e, claro está, Besiktas). Ah, e um Campeonato do Mundo de sub-20 ao serviço do Brasil. Anotaram?

E depois há a realeza. Adriano, o Imperador. O homem que Zlatan Ibrahimovic considerou “o melhor jogador” com quem tinha jogado (Messi, rói-te de inveja). Adriano era um portento, que teve anos de ouro em Itália na primeira metade da primeira década deste milénio (venceu quatro Campeonatos, três Supertaças e duas Taças ao serviço do Inter de Milão), que voltou ao Brasil para relançar a carreira (e ainda a tempo de ser campeão pelo Flamengo e pelo Corinthians), mas que se perdeu cedo de mais no mundo do futebol, tendo feito o seu último jogo em 2016 ao serviço do Miami United do EUA. Não obstante, os seus 3,5 milhões de seguidores no Instagram mostrem que continua a ser seguido por muitos que apreciavam o seu talento (entre estes está o Brasiliense, clube da Série D brasileira que mostrou interesse nos seus préstimos, naquele que seria o regresso – mais um! – do Imperador ao futebol).

Mas este texto não é sobre nenhum desses “Adrianos”.

Adriano Louzada aterrou no Funchal em 2002 e fez três boas épocas ao serviço do Nacional da Madeira (100 jogos, 48 golos e vice-liderança dos melhores marcadores em 2003/2004, ano em que os madeirenses terminaram a época num honroso 4.º lugar). Em janeiro de 2005 voltou ao “seu” Brasil para o Cruzeiro de Belo Horizonte, onde não foi feliz, tendo regressado a Portugal, desta feita para o FC Porto comandado pelo holandês Co Adriaanse.

E o regresso a terras lusitanas não podia ter sido mais feliz. Depois de três jogos em branco, tornou-se talismã na caminhada azul-e-branca para o título, marcando os golos das vitórias contra Belenenses, União de Leiria e, principalmente, Penafiel, no jogo que carimbou o campeonato para o FC Porto, a duas jornadas do fim.

Mas não se ficou por aí. Depois da conquista do campeonato, os dragões disputaram a final da Taça de Portugal no Jamor frente ao Vitória de Setúbal. Venceram por 1-0, fizeram a dobradinha e o autor do golo foi... isso mesmo, Adriano.

Ao todo, foram 8 golos em 18 jogos, numa meia época de sonho que o tornou, inclusivamente, o segundo melhor marcador do FC Porto nessa época, apenas atrás dos 12 golos de Lucho González e com os mesmos tentos de Lisandro López.

Na época seguinte, voltaria a ser decisivo, com 12 golos em 24 jogos (melhor marcador dos Dragões a par de Lucho, mas com menos 14 jogos que o argentino) e o FC Porto revalidou o título na última jornada, com uma vitória por 4-1 frente ao Desportivo das Aves e onde Adriano abriu o ativo. Meses antes, os azuis-e-brancos já tinham conquistado a Supertaça ao Vitória de Setúbal por 3-0, tendo o avançado brasileiro inscrito o nome nos marcadores do encontro.

Depois disso, a estrela de Adriano eclipsou-se. Ainda se manteve mais uma temporada no FC Porto (dois golos em 22 jogos) antes de seguir para Braga (nenhum golo marcado nos 12 jogos pelos arsenalistas) e voltar ao Brasil onde envergaria as cores do Sport Recife, do Santo André, do Rio Branco, do Galvez e do Atlético Acreano. Pelo meio, em 2011/2012, ainda regressou ao nosso país para uma temporada de bom nível ao serviço da Oliveirense, na Segunda Liga, com 14 golos em 33 jogos que ajudaram o clube a alcançar o 6.º lugar na classificação e a atingir as meias-finais da Taça de Portugal, onde seriam eliminados pela Académica, que venceria a competição.

As botas de Adriano tinham sido arrumadas em 2016, até há alguns dias atrás: três anos depois do abandono, o avançado brasileiro parece estar de regresso ao Rio Branco para, aos 40 anos, voltar a pisar os relvados e a tentar abanar as redes adversárias.

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